23/09/2011 - SÍNTESE DO ENEM ATUAL


Depois de mais de uma semana de debates nacionais sobre o Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM), visto neste blog no dia 14 deste mês, registre-se que foram 3,2 milhões de estudantes brasileiros que fizeram as provas, ficando provado o descalabro que é o ensino brasileiro. Os estudiosos, de uma maneira em geral, chegaram à conclusão de que somente 6% das escolas, isto é, 1.500 de um total de 23.900 estabelecimentos participantes do ENEM, estão preparadas para concorrer, com qualidade de nível internacional.

O ensino médio público e privado têm melhor resultado numérico, do que os outros dois níveis de ensino que lhe cercam, sendo o ensino fundamental de péssimos resultados, sendo o ensino superior de sofríveis resultados, conforme avaliações do MEC. Não sem outro motivo, organizações como a União Nacional dos Estudantes (UNE) defendem a bandeira de gastar-se 10% do orçamento público com educação, deixando de lado suas bandeiras históricas de mudanças fundamentais das instituições nacionais. Gasta-se hoje cerca de 3% com educação. Será que gastar 10% irá colocar o ensino brasileiro nos padrões internacionais mais altos? Claro que não, se mantido o mastodonte como está, com desvios e corrupção com impunidade, as melhorias serão muito poucas. Na verdade, a educação brasileira necessita de uma reforma estrutural, institucional. De início, convém destacar que se deve atacar o principal fator limitativo da educação brasileira, que é o despreparo dos professores, a maioria deles formada por escolas de pedagogia de orientações conservadoras, teóricas, ideológicas. Vale salientar que o próprio MEC reconhece que somente 20% do tempo em sala de aula são dedicados às atividades práticas. É incrível o fato de que as escolas públicas possuem até laboratórios, computadores, assim como os professores e alunos pouco os utilizam, devido ao gritante despreparo dos professores, sem contar como é lenta a internet neste País.


O Brasil precisa começar reformando o ensino fundamental, dando conseqüência aos ensinos médio e superior. Isto é, desde criança o aluno deve aprender a gostar de matemática, português, ciências e lógica. Claro, isto somente é possível com bons professores, capazes, treinados e voltados principalmente para a prática e não o contrário do que existe. Em suma, é básico ter professores formados com sapiência para que os alunos gostem das citadas disciplinas. Ademais, é também preciso ter-se educação em tempo integral, conforme existe nos países desenvolvidos. Na educação se gasta ainda que relativamente pouco, gasta-se mal. É preciso se reverter o quadro atual.

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