25/06/2019 - PLANOS DE SAÚDE




A Constituição de 1989 prevê que a saúde no Brasil é universal. Isto é, para todos os brasileiros, sem distinção de raça, cor e religião. De que todos devem ser atendidos. Mas, não é bem assim. Se não tiver a carteira do SUS bate com a burocracia, para registros e pode não ser atendido. Se tiver plano de saúde o núcleo de atendimento joga com ele. No entanto, sabe-se quão difícil é enfrentar a rede de atendimento da saúde pública e ser atendido satisfatoriamente. Não se diga bem atendido. Geralmente é mal atendido. O atendimento normal tem filas, senhas, pelas quais se tem que chegar de madrugada e nem sempre se é atendido, além das consultas serem marcadas para meses à frente. Procedimentos são ainda mais dilatados para anos seguintes. Cirurgias que podem ser relativamente postergadas demoram oito anos, em média, para serem realizadas. O atendimento de emergência quase sempre é caótico, faltam macas, médicos, enfermeiras, leitos, remédios, dentre outras carências. Depois da Previdência Social, o orçamento da Saúde é o maior do País. Dinheiro é sempre problema e sempre falta para a Saúde. Enfim, a saúde pública é mista de descaso, incompetência administrativa e que deixa muito a cumprir e a desejar. Se quiser ser bem atendido, vá ao serviço médico particular. Mesmo antes da celebrada Constituição surgiram os planos de saúde. Ou seja, organizações que pagam mais por atendimentos e procedimentos médicos, além de fazerem as revisões dos pedidos médicos, e, por isso mesmo, passaram na frente da saúde pública. Claro, mas estão bem aquém dos atendimentos particulares.

Os planos de saúde atendem a menos de 40% dos necessitados brasileiros. Os planos individuais somente a 20%. Porém, a crise econômica, que muito desempregou, deixou 3 milhões de brasileiros sem planos de saúde, de 2014 a 2018, que, somados a quatro pessoas por família, seriam 12 milhões de cidadãos. Por seu turno, os planos de saúde subiram de 2000 a 2018, em média, 382%, enquanto a inflação alcançou 208%, no mesmo período, conforme cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), somente para os planos individuais.

Como a renda dos trabalhadores no período em tela caiu, em média, 16% e os planos de saúde vem subindo mais do que a inflação, cada vez menos brasileiros passam a ser atendidos pelo “segundo melhor” esquema de saúde. Claro, o primeiro é o de pagamento particular. O terceiro e último é o do SUS.


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