11/06/2019 - ECONOMIA 1% DE CRESCIMENTO




O boletim Focus, de ontem, sempre divulgado nas segundas-feiras, acerca de estimativas de cem analistas financeiros sobre PIB e inflação, ressalta que há 15 semanas consecutivas de recuo da taxa de incremento do PIB. Começou por volta de 3% e hoje está em 1%. Por que está a um terço da previsão inicial e o ano de 2019 ainda não chegou a sua metade? Existe uma frustração de expectativas com respeito ao novo governo, que se iniciou em 1º de janeiro, que não encontrou ainda a solução para a ansiada retomada do crescimento econômico, em bases sustentáveis. Há uma lentidão muito grande na tomada de decisões, em um processo de um governo que não quer ser de cooptação, nem de coalizão, mas de um pacto social. Trata-se de ineditismo no Brasil e, por isso mesmo, bem devagar, mais ainda do que com Michel Temer. Os problemas são muitos, em uma economia que veio de forte recessão e que não empolga os grandes investidores, os principais responsáveis pela volta do bom crescimento. O que eles querem? As reformas estruturais da economia. Por que a atual gestão não fez? Por que não depende só dela. Mas, do Congresso Nacional. Agora mesmo está empacado com o pedido de crédito suplementar de R$248 bilhões, para gastos correntes. Isto tem que ser autorizado, visto que tais gastos não podem ser superiores aos investimentos públicos, sob pena de quebrar a regra de ouro do orçamento, incorrendo em crime de responsabilidade fiscal.

As previsões das instituições financeiras são de que o PIB cresça mais nos anos seguintes. No entanto, para 2020, recuou de 2,5% para 2,23%. As estimativas para 2021 e 2022 permaneceram em 2,5%. Já para a inflação a perspectiva para o IPCA deste ano caiu de 4,03% para 3,89%. Foi mantida para em 4% para 2020 e em 3,75% para 2021 e 2022. O dólar é estimado como continuar em equilíbrio, em sua flutuação, por volta de R$4,00. Sendo assim, dos pilares do tripé da economia, quando os três foram detonados por Dilma, dois foram restituídos por Michel Temer e mantidos por Jair Bolsonaro, quais sejam o sistema de metas de inflação e câmbio flutuante, somente ficando, desde 2014, quebrado o pilar do sistema fiscal, que ainda permanece deficitário. A propósito, somente depois de resolver isto, provavelmente, com as reformas estruturais, o País poderá voltar ao crescimento virtuoso.

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