14/06/2019 - EDUCAÇÃO REVISITADA
Pela 16ª vez vem ao Brasil o diretor da área de educação da
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Andreas Schleicher,
criador do teste PISA, que avalia os adolescentes com 15 anos, os quais
passaram para o ensino médio, o mais crítico da educação brasileira. O PISA,
este que é medidor internacional da educação em 60 países (a OCDE tem 36 países
membros e o Brasil é candidato é ingressá-la), declarou que “Brasil gasta
dinheiro das crianças com consumo corrente”. Ele não se refere ao fato de que o
processo educacional brasileiro se dá de forma invertida: o investimento é muito
maior no ensino superior per capita do que no ensino fundamental, na área
pública. Perante isso, os alunos saem do fundamental de formação deficiente, pioram
no ensino médio, onde é a evasão é a maior entre os três níveis de formação,
chegando ao nível superior com grandes dificuldades de aprendizagem, sendo, por
isso, de baixa produtividade, quando no mercado de trabalho. Sabe-se, pelo
mundo todo, que quanto mais educado o cidadão, mais produtivo é o país. Basta
ver o exemplo da Coréia do Sul, que deslanchou após a guerra da divisão das
duas Coréias, nos anos de 1950, e o da China, que emergiu depois dos anos de
1980. O primeiro, a Coréia do Sul, já é considerado país desenvolvido e, o
segundo, está chegando lá.
Quando o diretor do teste PISA se refere aos gastos correntes
é claro que seu recado é de que falta dinheiro para a educação básica. Mas, se
o Brasil gasta mais de 6% do PIB com educação e os países da OCDE gastam, em
média, menos do que o Brasil, o que ocorre? Em primeiro lugar o País gasta mal;
em segundo lugar, a maioria da população brasileira é ainda de jovens, enquanto
naqueles pelo menos 36 países membros, a maioria da população é madura, não
requerendo tanto dinheiro para ser investido como no cidadão maduro.
Muito claro também está a evidência de que, nos países
desenvolvidos, os melhores cérebros vão ser professores, enquanto no País, os
melhores cérebros fogem da área, enquanto as carreiras de pedagogia, letras e
ciências têm poucos pretendentes, em relação às áreas como medicina, engenharia
e direito.
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