08/06/2019 - PERDAS E GANHOS COM RESULTADO PEQUENO
Tem demorado, até agora mais de cinco meses, para a retomada
da economia, no governo de Jair Bolsonaro, visto que ele tem esboçado nova
forma de relacionamento com o Congresso e com a Justiça, saindo do esquema de
“toma lá, da cá”, praticado desde 1500. Porém, vai chegar a hora do País adotar
a forma republicana, que ocorre nos países desenvolvidos, um governo
consensual. Os esquemas de governo de cooptação (por exemplo, FHC) e coalizão
(por exemplo, Lula) parecem que não voltarão. Por isso, o resultado de Bolsonaro
tem sido pequeno.
O primeiro passo da atual gestão foi a aprovação da reforma
administrativa. O segundo passo foi a aprovação da medida provisória do pente
fino no INSS, para revisão de concessões de benefícios. O terceiro passo foi
conseguido com a aprovação da privatização das subsidiárias das empresas
estatais. O quarto passo foi a atualização dos processos de privatização na
área de saneamento básico, o que define novo marco regulatório. Poderia ter
sido mais, tal como a reforma tributária e a reforma da melhora do ambiente
geral dos negócios.
Tem sido muito pouco para que os grandes capitalistas
retornem aos seus projetos engavetados. O grande capital traz em torno de si e
os efeitos que se traduzem nas cadeias produtivas, além de atrair investidores
internacionais. Eles tinham prometido que, pelo menos, 30 grandes projetos
seriam lançados na bolsa de valores, neste ano. Mas, até agora nenhum. O que
está fazendo com que eles fiquem no “estado de espera” é que não estão ainda
convictos ou estão empurrando o governo federal para sanear as finanças
públicas. Isto é, acabando com o déficit primário. Revertendo, com superávit
primário, o governo poderá voltar a investir mais em infraestrutura, que estimula
os empresários a ampliar a estrutura produtiva.
Ainda em junho o governo poderá ter aprovada a reforma da
Previdência na Câmara. Depois irá ao Senado e, provavelmente, será sancionado
pelo presidente da República em setembro. A novidade é que os governadores, 25
deles, somente dois foram recalcitrantes, o do Maranhão, do PCdoB e, o da
Bahia, do PT, assinaram manifesto de que eles fossem incluídos na reforma da
Presidência. A maioria dos políticos, no que transparece agora, poderá apoiar,
assim, a reforma previdenciária.
Na contramão, a Câmara aprovou o orçamento impositivo para as
emendas parlamentares serem cumpridas, o que comprime as despesas não
discricionárias. Precisa de dois turnos no Senado. Por outro lado, o governo
denota dificuldades de honrar despesas no segundo semestre, pedindo ao
Congresso autorização para endividar-se em mais R$248 bilhões, para despesas
correntes, acima dos valores dos investimentos públicos, o que contraria a
“regra de ouro” orçamentária.
Não é possível ainda um balanço da atual gestão, porque o
resultado de perdas e ganhos é pequeno. O mercado acredita que neste ano a
economia ficará estagnada e somente se recuperará a partir de 2020.
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