23/06/2019 - COMO ESTÃO AS EMPREITEIRAS




Em março de 2015, teve início a operação Lava Jato, nome fidedigno ao posto de gasolina existente em Brasília, que acobertava os negócios de propinas das obras públicas, transformadas em dólares, sendo muitos recursos que foram remetidos para o exterior, outros em dinheiro vivo, reais ou dólares, obras de arte, propriedades urbanas e rurais, para engrossar o patrimônio dos corruptos, descobertos, condenados, com processos para julgamentos e em liberdade por falta de provas, escondidos em nome de “laranjas” e pessoas que emprestam nomes para falcatruas. O maior conjunto deles estava no setor elétrico, em oras do Programa de Aceleração do Crescimento e no sistema Petrobras. Emergiu, dentre os acusados, os mais ricos, componentes do cartel das 29 empreiteiras, em atuação vertical e horizontal.

Das empreiteiras, 16 foram pegas com comprometimentos de muitos bilhões de reais. O grupo líder é a (1) Organização Odebrecht, eu já possuiu 300 empresas e foi a última a pedir recuperação judicial, de valor recorde, R$98,5 bilhões. (2) Queiroz Galvão tenta negociar diretamente dívida de R$10 bilhões. (3) UTC pediu recuperação judicial. (4) Galvão Engenharia, pediu recuperação judicial. (5) Engevix vendeu muitos ativos e pediu recuperação judicial. (6) Setal Engenharia e Construção, primeira a reconhecer seus crimes, fechar acordo de leniência e opera normalmente. (7) Camargo Correa foi a segunda a realizar acordo de leniência e opera normalmente. (8) Promon foi absolvida pela justiça e opera normalmente. (9) OAS pediu recuperação judicial com dívidas de R$9,2 bilhões e transferiu propriedade da Invepar. (10) Iesa ingressou com pedido de recuperação judicial de R$2 bilhões. (11) Andrade Gutierrez enfrenta situação deficitária de caixa. (12) GDK pediu recuperação judicial. Teve falência requerida. Revertida, mas enfrenta dificuldades para pagar credores. (13) Mendes Júnior pediu recuperação judicial e tem uma situação financeira muito ruim. (14) Skanska, não foi possível obter informações no Brasil. (15) Techint Engenharia, recentemente considerada inidônea pelo TCU, em obas de Angra 3, mas continua operando. (16) MPE não foi possível encontrar informes sobre a empresa. Como exposto, das 16, 9 pediram proteção da justiça. Dados coletados na Folha de São Paulo de hoje. Continua esta coluna recorrendo ao referido jornal e mantendo sua visão analítica e crítica, relativa à briga que vem tendo com Bolsonaro.

A questão que não quer calar: os grandes corruptos foram pegos, mas custou muito ao País, porque acentuou a recessão de 2015/2016 e deixou o País em estagnação de 2017 a 2019. De quanto foi? Neste ínterim, não surgiram substitutos e a capacidade empresarial brasileira em obras públicas deixa muito a desejar.

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