02/06/2019 - RETROCESSOS AMBIENTAIS




A revista Science, uma das mais respeitadas publicações científicas do mundo, apresentou pesquisa na qual o Brasil e os Estados Unidos lideram em retrocessos na legislação ambiental, editada no dia 31 de maio. São mais de cem anos de dados, considerado o mais completo estudo sobre danos ambientais, a pesquisa foi feita por um grupo de cientistas de diversas universidades estrangeiras, lideradas pela ONG Conservação Internacional. Os cientistas examinaram os atos governamentais que resultaram em redução de metragem, diminuição de restrições ou extinções de áreas de proteção ambiental em todo o mundo entre os anos de 1892 a 2018.

No País, foram 85 atos legislativos editados entre os anos de 1900 a 2017, que afetaram uma área de 114.856 quilômetros quadrados, equivalentes à metade do tamanho do Estado de São Paulo. Dos referidos atos, 60 aconteceram na Amazônia, o que resultou na perda de pouco mais de 90 mil quilômetros quadrados de proteção, apenas por mudanças na legislação brasileira na maior floresta do mundo.

A análise em referência revela que o Brasil é responsável por 87% dos retrocessos em áreas protegidas da região amazônica, em estudo que envolve mais oito outros países. Em relação à tendência mundial, a revista mostra que os retrocessos ambientais se acentuaram nas últimas duas décadas.

O levantamento contemplou 126 países. 73 deles promulgaram 3.749 legislações que se traduziram na extinção de 519.857 quilômetros quadrados de áreas protegidas, um território maior do que o da Espanha. Os atos estudados também geraram um relaxamento na proteção de outros 1.659.972 quilômetros quadrados, um território três vezes o equivalente ao da França.

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