31/05/2019 - PRIMEIRO TRIMESTRE RUIM
A divulgação do decremento de 0,2% do PIB, no primeiro
trimestre do ano, ontem, pelo IBGE, era esperado. O Banco Itaú acertou em cheio
no número de 0,2% e tem a sua perspectiva de que o Banco Central irá baixar a
taxa básica de juros, a SELIC, já que tem sinais de que o segundo trimestre
terá também pequeno decremento, como visão ortodoxa de que a redução poderá
implicar em retomada do crescimento, mas no segundo trimestre. Continua o Brasil
contrariando a teoria econômica, visto que a SELIC caiu de 14,25% até 6,5%,
desde quando Michel Temer assumiu, em 2016, mantendo-se no patamar mínimo da
história de 6,5%, desde março de 2018. Mas a economia não retornou à rota de
crescimento. É tanto verdade que, depois de nove trimestres consecutivos de
pequeníssimo crescimento, o PIB voltou a ter esta pequena queda. Se no segundo trimestre vier negativo, estará instalada
a recessão técnica. Assim, está claro que não basta só o movimento de baixar a SELIC,
precisando o País de reformas estruturais, as quais o presidente Jair Bolsonaro
prometeu e pouco conseguiu empreender. O desemprego continua em patamares
elevadíssimos e cresceu a insatisfação de consumidores e de investidores. A
decepção é grande.
O Ministro da Economia, Paulo Guedes, na oportunidade, afirmou
que a economia retornará ao crescimento sustentável, a partir do segundo
semestre, com a aprovação da reforma da Previdência. Se não for aprovada, ele
disse que cairá fora. A perspectiva do mercado é de que poderá ser aprovada em
setembro. Portanto, só faltará praticamente o quarto trimestre e, ao que tudo
indica, a economia terá baixíssimo crescimento ou, malgradamente, voltará à
recessão durante o ano de 2019.
A principal queda do PIB neste início de ano é debitada ao
rompimento da barragem de Brumadinho, da empresa Vale, com prejuízos bilionários
e mais de 300 mortes. A indústria extrativista recuou 6,3%. A última vez que o
segmento sofreu tanto foi em 2008, na segunda maior crise do capitalismo
mundial.
A indústria como um todo caiu 0,7%, enquanto o investimento
global recuou 1,7%. Notícia bem ruim. O recuo não foi maior porque o consumo familiar
e o consumo do governo reagiram um pouco. Os analistas financeiros acreditam
que se precisará de mais reformas do que a previdenciária, para voltar à
retomada propalada.
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