30/05/2019 - CRÉDITO SUPLEMENTAR
Há cerca de um mês que o governo
necessita de um crédito suplementar ou dinheiro extra orçamentário de R$248 bilhões, a ser aprovado pelo
Congresso, para endividar-se, que é a necessidade do fluxo de caixa do governo
central. Não é a mesma coisa
que o déficit primário, o qual é o saldo entre a arrecadação e as despesas
totais da União, que já está aprovado desde 2018, de R$129 bilhões. Este último
é oriundo do baixo desempenho econômico atual dos últimos dois anos e meio
(2017 a este mês de agora), aproximadamente, e da herança da forte recessão
ocorrida do segundo trimestre de 2014 ao último trimestre de 2016. Assim, os
déficits primários só têm como saída o endividamento público. O calote da
dívida é o caos, conforme já visto, inclusive, aqui no Brasil. O último calote,
também chamado de moratória, foi o de 1987, quando José Sarney foi à
Organização das Nações Unidas e declarou a incapacidade de pagar os juros da
dívida externa (imaginem-se de principal, que ele propôs a rolagem dos débitos
acumulados), por três anos. O caos em referência levou à hiperinflação nos anos
seguintes, ao descrédito internacional, à falência das contas públicas e a
turbulência social.
O crédito suplementar é uma necessidade para as despesas
correntes, tais como pagamento dos servidores, de aposentados, pensionistas e
demais custeios dos gastos públicos. A falta de recursos em caixa fez o governo
federal anunciar uma série de contingenciamentos. No momento, afirma que a
partir de junho poderá deixar de pagar os Benefícios de Prestação Continuada,
dinheiro que se vê ameaçado de não ir para os idosos (mais de 65 anos), que
somam 2 milhões de almas. Além do mais informou o Secretário do Tesouro
Nacional, Mansueto Almeida, que também não haverá dinheiro suficiente para
financiar o Plano Safra. Ora, mexer logo com a maior bancada do Congresso, que
é a rural ou com a dos defensores dos aposentados levam a crer que o governo
central poderá ter tal crédito.
Outrossim, o governo federal tem começado a obter vitórias,
tais como a aprovação da reforma administrativa, que ainda não se tem um valor
da poupança a ser feita, e da operação pente fino no INSS, na Câmara, que agora
vai ao Senado. A economia prevista nela seria de R$20 bilhões. Há, ademais, boa
probabilidade da reforma da Previdência, cuja poupança seria por volta de R$1
trilhão, e daquela da desburocratização ou de melhoria do ambiente geral dos
negócios, ainda sem poupança estimada. Por seu turno, a reforma tributária já
foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça. Há outras reformas e
marcos regulatórios a serem encaminhados. No fundo, a União tem de vencer o
déficit primário e gerar confianças dos investidores e dos consumidores para a
retomada do crescimento econômico.
A problemática é que a costura política, devido à grande
massa de políticos, com mais de 30 partidos, leva ao governo a agir lentamente
e o País precisa de maior rapidez.
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