21/05/2019 - ESTAGNAÇÃO OU RECESSÃO
Pela 12ª vez o Banco Central pesquisou pelo menos as duas
principais tendências da economia, revelando perspectivas opostas: queda lenta
da estimativa do PIB e volta lenta da previsão de aumento da inflação. Pela 12ª
vez consecutiva os principais analistas financeiros acreditados pelo BC reduzem
o incremento do PIB para 1,24% neste ano. A principal influencia se deveu ao
indicador negativo do PIB divulgado pelo próprio BC no primeiro trimestre. Para
2020 o cenário de incremento de 2,5% do PIB tem se mantido há várias semanas.
Isto porque o mercado acredita na reforma da Previdência ainda que alterada de
sua concepção original. A estimativa da inflação vem aumentando muito pouco e
ainda está abaixo do centro da meta inflacionária, fixada pelo Conselho
Monetário Nacional em 4,25% para este ano. Embora tenha já alguns analistas
sugerindo redução da SELIC, os diretores do BC ainda acreditam que ela ficará
em 6,5% até o final do ano. No entanto prevêem que em 2020 se elevará para
7,5%, dado que estimam melhor desempenho econômico em 2020.
Antes de assumir o governo o mercado projetava incremento do
PIB de 3%. Em fevereiro, o BC pesquisava a elevação para 2,5%. Agora, em meados
de maio baixou para 1,24%. Há instituições financeiras, como o Banco BNP
Paribas, projetando aumento deste ano de 0,8% do PIB. Menor do que o
crescimento do ano passado, de 1,1%. Igual à taxa de crescimento vegetativo da
população de 0,8% ao ano. Isto sugere concluir que a economia está estagnada. Praticamente,
ao biênio 2017/2018, que ficou pouco acima da referida estagnação. Ocorre que
nos 11 trimestres imediatamente anteriores, do segundo trimestre de 2014 ao
último de 2016, a renda per capita recuou 8,6%. No entanto, como é esperado que
o indicador do PIB, calculado e que será divulgado no próximo dia 30, pelo IBGE,
será negativo, um número considerável de economistas calcula que o País já está
em recessão técnica.
A falta de habilidade do atual governo em lidar com o
Congresso tem retardado a que o País venha a sair logo da estagnação, vez que
as reformas estão sendo adiadas. Se o presidente tivesse aproveitado o projeto
de Michel Temer sobre a Previdência, já aprovado e perto de ser votado pela
Câmara, não teria perdido seis meses. Em seguida, estão as suas medidas
provisórias da reforma administrativa próximas a caducar nos próximos dias. Sem
contar que já deveria ter encaminhado a reforma tributária, muito embora
enviasse o projeto de melhoria do ambiente geral dos negócios. Ontem, o
presidente Jair mudou o tom de que “a classe política é o maior problema do
País”. Referiu-se, em discurso: “Nós valorizamos, sim, o Parlamento brasileiro,
que vai dar a palavra final na questão da Previdência”. Parece que ele decidiu
seguir as recomendações das alas moderadas do “centrão”, que o apoiam, até
porque tem 11 medidas provisórias na pauta da Câmara, para aprovação. O
termômetro da bolsa de valores se reverteu e subiu 2%.
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