17/05/2019 - BOLSA VOLTA À PONTUAÇÃO DE 2018
Poucos dias atrás a bolsa de valores de São Paulo
ultrapassava a barreira dos 100 mil pontos, mostrando uma euforia de que o País
tinha feito a retomada do bom crescimento. Entretanto, equívoco após equívoco, em
torno de 140 dias, culminando com a estimativa de manifestação pública (15) em
todas as capitais e em mais de 20 cidades outras, contra os anunciados cortes
de 30% na educação, além de maiores cortes em outras áreas, perante o governo
ir com o pires na mão ao Congresso pedir endividamento de R$248 bilhões, a
bolsa paulista retornou aos 90 mil pontos ontem. Por seu turno, o dólar fechou
acima de R$4,00. No maior patamar desde 1º de outubro de 2018, quando a disputa
eleitoral concentrava a atenção dos investidores. Agora, analistas de mercado
avaliam que o otimismo deu lugar à preocupação com os confrontos políticos
exacerbados e o governo se afasta da agenda liberal. Com isso poderá estar
queimando o seu “Posto Ipiranga”, o assim chamado Ministro da Economia, Paulo
Guedes, handcap da esperança de retomada. Ele está prevendo a aprovação da reforma
da Previdência, na Câmara Federal, nos próximos dias.
Assim, os investidores estão monitorando a cena política e o
andamento das reformas, principalmente a da Previdência, tida como fundamental para
o ajuste fiscal.
A quebra do sigilo bancário do senador Flávio Bolsonaro e de
mais 85 pessoas no Rio de Janeiro, retroagindo 11 anos, acerca de investigações
sobre desvios de dinheiro na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, mediante
uso de agentes laranjas do então deputado estadual, parece muito excessiva. Fez
soar as declarações do presidente Jair Bolsonaro: “Nossa Senhora, hein? É uma
Lava Jato aí. Vai fundo, tá ok? O objetivo é querer me atingir. Querem me
atingir? Que venham para cima de mim. Querem quebrar o meu sigilo? Eu abro meu
sigilo, não vão me pegar?” Os indícios de que Flávio tem envolvimento com as
milícias, PSL e a primeira dama são a tônica das denúncias. O acirramento entre
esquerda e direita está em curso. E Flávio está realmente enrolado. Já há
políticos falando em impeachment.
Praticamente, não se vê mais um bom cenário como no dia
primeiro de janeiro. As cartas continuam sendo jogadas.
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