14/05/2019 - CUSTOS DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO




Os custos calculados dos acidentes de trânsito, a seguir, são aqueles quantificáveis como os financeiros, apresentados a seguir. Porém, veja-se a breve introdução.

A frota de veículos automotores no Brasil alcança 90 milhões de veículos. Considerando uma população de 208,5 milhões, em 2018, segundo o IBGE, tem-se em média 2,4 pessoas por veículo automotor. Do total, 2,7 milhões transportam cargas. Em vista do exposto, o trânsito brasileiro é caótico nas grandes cidades. Em ordem, Rio de Janeiro, Fortaleza, Salvador, São Paulo, são as cidades com maiores dores de cabeça da espécie. Anualmente, morrem de acidentes de trânsito no Brasil cerca 40 mil pessoas e outras 300 mil ficam com sequelas de acidentes, machucados, mutilados ou incapacitados pelo território nacional. O País está na quarta posição de maior número de acidentes. Somente atrás de China, Índia e Nigéria. Está também em quinto lugar de acidente por habitante. Logo após a Venezuela, Nigéria, África do Sul e Angola.

Em artigo de hoje, na Folha de São Paulo, Sílvio Médici, presidente da Associação Brasileira de Engenharia de Trânsito, assim se refere: “Os acidentes de trânsito geram uma sequência de efeitos que não se esgotam nas mortes, no socorro às vítimas e nos danos aos veículos. Recaem, primeiramente, no atendimento do SUS, gerando despesas hospitalares da ordem de R$50 bilhões por ano. Soma-se a isso, outros R$220 bilhões, equivalentes a 4% do PIB nacional (grifo do autor, então por volta de 5% do PIB no agregado), custo que a Escola Nacional de Seguros calcula que enfrentamos anualmente com mortes e incapacitações, entre tantos outros danos que advém de um acidente... O Brasil levou décadas para obter resultados que já são visíveis (redução de até 83% nos pontos dos acidentes fiscalizados), aperfeiçoando sua legislação, desenvolvendo tecnologia, formas e meio de controle de velocidade e consequente punição dos responsáveis... Esse desmonte que se pretende na gestão do sistema de trânsito brasileiro, com a mudança no período de validade da carteira de habilitação, desligamento de radares e a eliminação de simuladores somente contribuirá para insegurança e agravamento do quadro. Pior: beneficiarão os infratores, os irresponsáveis, os que além de se matar, matam... A multa pesa no bolso – só assim poderemos nos proteger dos infratores. O que existe é uma indústria de infração – gente que se sente feliz quando ultrapassa os limites da segurança, sem levar em conta bens, saúde e vida de outros cidadãos. É preciso combatê-los com toda a precisão do monitoramento eletrônico e com todo o rigor da lei”. O nome do artigo dele é: “O prazer de guiar é chegar vivo”. Subtítulo: “desligamento de radares só trará mais insegurança”.

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