15/05/2019 - FUNDO DO POÇO
O Ministro da Economia, Paulo Guedes, analisou ontem que a
economia brasileira está no fundo do poço, em menos de 140 dias de governo. Revelou
no Congresso, ontem, que o governo não terá dinheiro para pagar compromissos no
segundo semestre. Está a solicitar ao Congresso que aprove o endividamento de
R$248 bilhões, visando pagar as despesas orçamentárias. Não tem sido diferente
de nenhum início de governo, que tem que enfrentar despesas criadas por
governos anteriores de que precisam ser honradas. Não confundir que o
incremento da dívida é déficit primário, aprovado de R$129 bilhões, pelo
governo anterior. Trata-se realmente de dificuldades do fluxo de caixa público.
A expectativa era de que se teria a retomada neste ano, mas esta está sendo
jogada para o ano que vem. Começou o ano, projetando crescer 3% e agora prevê a
metade. A previsão anterior, de poucos dias, era de aumento de 2,2% do PIB. Ora,
com menor crescimento, menor ingresso de arrecadação e dificuldades financeiras
muito semelhantes aquelas que tiveram Michel Temer, o qual reduziu enormemente
os investimentos em infraestrutura, alegou o ministro estar mal de finanças no
governo, ensejando em realizar mais cortes no segundo trimestre. Já anunciou
30% menos para a educação e de 44% menos para as forças armadas. Hoje mesmo uma
manifestação nacional pela educação será feita, pela rede privada e pela rede
pública. Cortes em investimentos, em obras.
O governo neste ano irá investir cerca de R$50 bilhões na
referida área, correspondendo a 0,78% do PIB, quando cálculos oficiais mostram
que deveriam ser praticamente o dobro, mais de 1,5% do PIB. Aliás, esta está
coincidindo com a citada taxa de elevação oficial prevista do PIB para este
ano. Por que afirma isso? Ele argumentou que a demora na aprovação da reforma
da Previdência, deixa a economia sem reagir. A propósito o mercado espera um pequeno
crescimento negativo, menos de 0,5%, na estatística do PIB trimestral, que o
IBGE irá divulgar no final do mês, daqui a no máximo 15 dias.
O presidente da República viajou hoje para os Estados Unidos,
em Dallas, para receber um prêmio da Câmara de Comércio Brasil/Estados Unidos,
que o elegeu o “homem do ano”, coisa que não está a merecer, visto que, agora
mesmo deveria estar aqui fazendo esforços para aprovar suas medidas
provisórias, que estão praticamente a vencer. Praticamente pouco de bons
resultados no comércio internacional tem rendido as suas viagens os Estados
Unidos, Israel e Chile.
Enquanto isto, o IBGE informou que o setor de serviços recuou
0,6% no primeiro trimestre, depois de dois trimestres de elevação, corroborando
que vem negativo o crescimento do PIB do primeiro trimestre do ano.
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