04/05/2019 - INDÚSTRIA COM ENORMES DIFICULDADES




A indústria nacional continua com enormes dificuldades de crescimento. Os indicadores econômicos em retração e as previsões não mais tão otimistas para a retomada ainda neste ano denota um quadro de frustração relativa.

O IBGE divulgou a produção industrial em março, tendo caído 1,3%, em relação a fevereiro. Março teve ainda três dias a mais do que os 28 dias de fevereiro. Foi o pior resultado desde setembro, quando recuou 2,1%. Em relação a março de 2018, o tombo na produção industrial foi de 6,1%, a maior queda desde maio do ano passado, quando muitas indústrias pararam por falta de insumos, por causa da greve dos caminhoneiros. O IBGE constatou que o recuo se deu de uma forma indiscriminada, o que continuou apontando para um cenário negativo para o setor industrial. A retração de fevereiro para março aconteceu em 16 dos 26 ramos pesquisados. Na comparação com março do ano passado, foi verificada em 22 das 26 atividades industriais. Quando se observa para o trimestre encerrado, a produção caiu 0,7%, em relação ao quarto trimestre de 2018. Em relação aos três primeiros meses do ano passado encolheu 2,2%. Na observação dos dados, vê-se que a perda de ritmo vem desde o início do ano passado. No primeiro trimestre de 2018, a produção cresceu 2,8%, em relação aos três primeiros meses de 2017. Porém, no quarto trimestre de 2018 já registrava queda de 1,2%, em relação à igual período de 2017.

Relembre-se aqui que o setor industrial saiu da casa de 10% do PIB, nos anos de 1950, para chegar ao ápice em 1987, em 27% do PIB. Depois tem declinado ano a ano, principalmente depois de que foi retirada a proteção de larga escala, por Fernando Collor, nos anos de 1990. A indústria nacional, portanto, vem caindo a mais de 30 anos, da sua participação no PIB. Está se reaproximando da casa de 10%, de onde começou nos anos de 1950. Ainda conta com benefícios tributários e creditícios. Porém, o governo atual pretende retirar um terço dos subsídios e irá atingir também a indústria, principalmente aquela exportadora.

Claro, a indústria brasileira é um gigante e existem empresas muito fortes e competitivas. No entanto, carece de uma política industrial, que estimule a pesquisa, a nova tecnologia, o desenvolvimento de produtos e a elevação da produtividade.

Do que sempre padeceu o setor industrial foi de um capitalismo tardio, visto que a indústria foi proibida, desde 1703, pelo Tratado de Methuen, o que fez avançar e consolidar um setor rural forte. A indústria protegida cresceu muito de 1930 a 1990. Porém, desde os anos de 1970 que a agricultura vem passando por forte modernização. O PIB rural, em relação ao produto total, somados à agricultura de grande e médio porte (24%), mais a pequena produção (10%), está hoje por volta de 34% do PIB brasileiro.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DÉFICIT PRIMÁRIO OU SUPERAVIT PRIMÁRIO?

OITAVO FÓRUM FISCAL ÁRABE EM DUBAI

BANCO ITAÚ MELHOR PERFORMANCE