16/05/2019 - RISCO DE RECESSÃO




Quando começou o ano, a expectativa de crescimento da economia era de 3%. Embora com uma equipe econômica tida como competente, o presidente da República não consegue harmonizar os três poderes, que têm decido por muitas coisas contrárias a sua gestão. A quase cinco meses de governo, as medidas provisórias enviadas ao Congresso não foram ainda aprovadas e correm o risco de não aprovação. O presidente bate cabeça dentro do próprio governo, atirando no próprio casco do seu navio, sendo a última burrada ter vindo do seu Ministro da Educação, que cortaria 30% das verbas para a educação, estendeu o anúncio de cortes ainda maiores em outros ministérios, levando já a manifestações de rua, ontem, pela educação, em muitos lugares do País, quando Jair Bolsonaro chamou os manifestantes de “idiotas úteis, imbecis”. Ofensas para a área de educação. Isto, em uma reunião em Dallas onde receberá o título de “personalidade do ano”, da Câmara de Comércio Brasil/Estados Unidos. Título também que não merece porque a economia desce a ladeira da retomada do crescimento. Tardiamente, tenta o governo federal reverter a bobagem que disse de “cortes”, dizendo que são “contigenciamentos”. Rapidamente, está parecendo uma tragédia da “morte anunciada”.

Coincide com tantos erros, o reflexo da volta do índice da bolsa de valores de São Paulo, para 91 mil pontos, número da partida da gestão atual, de 3 de janeiro. De otimismo se vê perplexidade. Ontem o Banco Central divulgou a prévia do incremento do PIB, sendo de – 0,68%, no primeiro trimestre. Baixo crescimento do PIB preocupa não só investidores e consumidores brasileiros, mas também investidores estrangeiros, que se traduz em recuo das inversões. O ministro interino da economia (Paulo Guedes também está nos Estados Unidos com o presidente) declarou que a arrecadação tem sido mais baixa do que prevista e também o crescimento dos investimentos. Por seu turno, os maiores bancos privados do País já projetam crescimento do PIB por volta de 1% em 2019. Por seu turno, o Banco PNB Paribas, grande banco internacional, já está prevendo um incremento de 0,8% do PIB. Isto é, pior desempenho econômico do que Michel Temer. Cresce o pessimismo com a economia, visto que Bolsonaro já vem obtendo críticas fortes no Congresso e, dentro do seu próprio partido, o PSL, o que está inviabilizando as reformas estruturais que o País de tanto necessita.

No atual quadro, não só basta o aceno de que a reforma da Previdência seja aprovada neste ano. É preciso que o presidente deixe a equipe econômica executar sua política e pare ele de dizer bobagens, o que só faz assustar os investidores.

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