27/06/2007 - EMPRESÁRIOS PREFEREM TEMER MESMO ASSIM




O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, declarou ontem que os empresários preferem continuar com Michel Temer no Palácio do Planalto, mesmo após as acusações de corrupção passiva, feita por Rodrigo Janot, Procurador Geral da República, ao Supremo Tribunal Federal, após serem divulgadas as gravações de diálogos de Temer com Joesley Batista. A CNI representa 1.250 sindicatos patronais. Para Andrade: “O processo de escolha de um novo governo democrático demoraria meses, até o final deste ano, para depois no ano que vem já termos campanha para as eleições”. O fato é que os empresários não querem mais “turbulências” e o que melhor tem a ser feito é a transição. Ademais, Andrade argumenta que a crise política se descolou da economia, dizendo que a prova é a queda da inflação. Em seguida, o presidente da CNI criticou a dificuldade e a demora do BNDES em aprovar projetos; criticou ainda a falta de crédito nos bancos públicos, tal como é o caso da Caixa Econômica Federal, a qual “não têm mecanismos, autonomia, que permitam alongar prazos, diminuir juros e dar carência”.

Na coluna de Ricardo Noblat, no jornal O Globo, de ontem: “Apesar disso, não haverá solução fora da política. Sim, com esses mesmos políticos e com esses mesmos partidos de hoje, até que se produza nas eleições gerais do próximo ano uma desejável e radical mudança no sistema apodrecido que temos. Por ora, políticos e partidos ainda preferem manter Temer onde está. O PT, por exemplo, para que a crise se aprofunde e ele possa se recuperar. Quanto ao PSDB, o partido mais atrelado aos interesses dos grandes grupos econômicos e financeiros espera a ordem dos patrões para decidir o que fazer”. Além do mais, o PMDB continuará apoiando Temer, pelos motivos semelhantes aos do PSDB.

Resumo da ópera, os empresários continuarão pleiteando as reformas econômicas tanto micro como macroeconômicas. Enquanto isto a maioria dos seus projetos estão engavetados, esperando a reforma trabalhista, a tributária e a previdenciária. Os seus recursos financeiros continuaram grande parte repousando na dívida pública, que paga juros reais acima de 6% ao ano. Tal repouso começará a cessar com a queda da SELIC até 8,5% e as reformas citadas prosperarem.

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