09/06/2016 - PLANO AGRÍCOLA E PECUÁRIO 2017-2018
Antes o nome era Plano Safra, agora é Plano Agrícola e
Pecuário 2017-2018. O que tem mudado é o valor e a taxa de juros basicamente.
Os recursos estarão disponíveis no Banco do Brasil, que desde o Império é o
banco da agricultura. Apesar de contingenciamento feito nos vários ministérios,
não foi feito no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, onde
houve expansão do crédito de 10%. Isto é, passou de R$185 bilhões para R$190,25
bilhões, para o período de julho de 2017 a junho de 2018. Para o ministro
Blairo Maggi, o rei da soja, o volume do crédito para custeio e comercialização
ficará em R$150,25 bilhões. Desse total, R$116,25 bilhões com juros fixados
pelo governo federal, em 7,5%. A taxa de captação é a SELIC, fixada em 10,25%.
Logo, um subsídio implícito de 2,5% anuais, mais os custos administrativos de
captação e de empréstimos. Ou seja, mais de R$3 bilhões anuais, para o grande
capital, que acha que ainda é pouco, em relação aos anos anteriores de taxas
mais subsidiadas, colocando ainda um porém, que a taxa SELIC irá cair até 8,5%,
nas próximas reuniões. Ademais, conforme o referido ministro, os juros cobrados
sofreram redução de um ponto percentual ao ano nos ‘programas prioritários’,
voltados à armazenagem e á inovação tecnológica da agricultura. Para a pequena
produção existe tradicionalmente o PRONAF, a taxas de juros mais subsidiadas. No
passado, esse pessoal eficiente da agropecuária tinha muito mais subsídios e
até anistia, quando alegavam problemas de safra. Afinal, eles praticamente
sozinhos mandavam na União. Claro, ainda hoje são muito fortes e mandam muito
na União. Tem uma bancada na Câmara de 120 deputados federais. Ou seja, mais de
23% deles. Os outros R$34 bilhões serão disponibilizados a juros livres do
mercado, por meio de negociações, envolvendo instituições financeiras e
produtores rurais.
Geralmente, como a maioria da população mora nas cidades,
próximo de 90% dela, para a maioria da população fica “escondida” a força do
setor agropecuário. Do século XVI ao XIX foram praticamente sós. No século XX,
dividiu com a burguesia industrial e com os banqueiros o poder. Contudo, no
século XXI, está havendo uma “reprimarização” da economia brasileira, uma “desindustrialização”
e, portanto, redobra a força da agropecuária nos destinos do País.
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