08/06/2017 - FUNDAMENTOS DA ECONOMIA ESTÃO FICANDO CONSISTENTES





Os fundamentos da economia estão ficando consistentes. Restam que os fundamentos políticos sejam recolocados em sua normalidade, em sua moralização. O presidente da Federação Brasileira dos Bancos (FEBRABAN), Murilo Portugal, afirmou no 27º Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras (dia 06), que as incertezas referidas pelo Banco Central, ao afirmar que diminuirá o ritmo de queda dos juros básicos nas próximas reuniões, não poderão paralisar as reformas.

Depois de cerca de três anos de forte recessão, quando ocorreram fortes desequilíbrios, a partir da política fiscal, que incorreu em déficit primário desde 2014, após 18 anos de superávit, os déficits cresceram, mas passaram a cair a partir de 2017, havendo esperança de que o quadro seja revertido ainda nesta década. Já, a política cambial, que sofreu abalos em 2015, ajustou-se a partir de 2016 e, em 2017, o Banco Central reduziu suas operações de swaps e pode proporcionar liquidez ao mercado de câmbio. Por seu turno, a política monetária, que viu a inflação atingir 10,7%, em 2015, em 2016 se traduziu em 6,4% e, neste ano, a perspectiva é que se encerre por volta de 4%, abaixo do centro da meta de 4%. Por sua vez, a política de comércio exterior tem atuado forte na balança comercial, mediante superávits recordes, capazes de levar ao balanço de transações correntes, secularmente deficitário, de – 4% para – 1% neste exercício. A política de crédito do BNDES mudou e agora pretende triplicar o crédito para as empresas de pequeno porte. Em sentido negativo tem sido a política de emprego, o desemprego bate recorde de 13,6%; a confiança do consumidor, que tinha crescido desde o início do ano, caiu a partir de maio e, tal como o nível de emprego, existe a esperança de que retornem a serem positivos no segundo semestre. Ademais, as reformas microeconômicas de melhoras no ambiente geral dos negócios não foram promovidas. Já as reformas macroeconômicas caminham lentamente, sendo imprescindíveis o cumprimento do teto dos gastos, da equalização previdenciária, trabalhista e tributária. Enfim, estão colocadas em mesa as cartas que podem promover a recuperação da economia, que, ora se vê atrapalhada pela crise política. Porém, acredita-se que, mesmo a sua solução sendo postergada, a equipe econômica continuará em suas gestões. Para voltar a crescer tem que colocar em ação os seus vetores de crescimento da demanda agregada, baseados no consumo das famílias e no retorno dos investimentos. Há grande capacidade ociosa na economia, que pode ser acionada para cima. Há projetos de investimentos que poderão ser desengavetados. O endividamento está em queda e poderá abrir margem para seu crescimento. Quase tudo recomeçará com parcimônia, enquanto os escândalos da corrupção sistêmica poderão diminuí-la ou aniquilá-la, trazendo eficiência ao aparelho produtivo.

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