17-06/2017 - DESIGUALDADES NO MERCADO DE TRABALHO
A primeira desigualdade é extrema. Os trabalhadores do setor
público tem estabilidade no emprego. Os do setor privado não a têm. A segunda
desigualdade se dá ao nível de renda. Na média salarial, a do setor privado é
de 50% daquela média do setor público. A terceira desigualdade se dá em ter o
nível superior, que chega a 20% o salário médio do setor privado para a do
setor público.
Os trabalhadores do setor privado podem recorrer ao
seguro-desemprego. Os servidores públicos não precisam dele. Somente são demitidos
“a bem do serviço público”, por crime, roubo ou falsidade ideológica. O fato é
que o desemprego não para de aumentar, mas o número de trabalhadores que recebe
o seguro-desemprego no Brasil é hoje menor do que era em 2014. Desde o começo
da recessão foram fechadas 3 milhões de vagas com carteira assinada. Porém, o
número do seguro-desemprego caiu em 1,3 milhão. A presidente Dilma Rousseff, em
dezembro de 2014, quando já pressentia o déficit primário, endureceu as regras
estabelecidas para solicitar o referido benefício. Àquela época a taxa de
desemprego estava abaixo de 7% e Dilma se preparava para assumir o segundo
mandato, ensaiando o ajuste fiscal para 2015. Hoje a referida taxa está em
13,6%, sendo mais de 14 milhões de desempregados com carteira assinada. Em
2014, o governo federal gastou R$34,4 bilhões com o seguro-desemprego, valor
corrigido pela inflação de R$40 bilhões hoje. No ano passado o valor foi
inferior a R$36 bilhões, a preços de agora. Os pedidos do citado seguro em 2014
foram de 8,8 milhões; em 2015, de 8,2 milhões; em 2016, de 7,6 milhões. Os pedidos
aprovados foram de 8,4 milhões, 7,7 milhões, 7,1 milhões, respectivamente.
O valor médio do seguro-desemprego no ano passado foi de
R$1.135,00. O desemprego é pior para os menos instruídos. Para quem tem até o
ensino médio incompleto é de 15,05%; ensino médio completo e ensino superior
incompleto, 16,7%; ensino superior completo, 9,3%.
No feriado de corpus Christi, dia 15 passado, completou 25
anos da Marcha para Jesus. Segundo seus organizadores, 3 milhões de participantes,
mesmo número do ano passado, ou seja, 5% dos evangélicos brasileiros (60
milhões). Católicos seriam o dobro, 120 milhões. Outras crenças, 26 milhões. Na
citada marcha, o número de trios elétricos caiu de 14 para 8, próximo de 30%,
indicador de que a crise ainda está bastante forte e o desemprego severo
demais. Enfim, a infelicidade também está maior e o seguro-desemprego
endurecido.
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