16/06/2017 - CRISE AINDA NÃO ACABOU




Infelizmente, a crise não foi embora. Transformou-se de recessão em estagnação. Parece que o desemprego parou de cair no trimestre encerrado em março, conforme estatísticas de abril do IBGE. Tem-se que aguardar ainda início de julho para saber-se se o segundo trimestre representou queda do desemprego. Acredita-se que não, principalmente porque a indústria da construção civil continua ainda em queda e as delações premiadas da Odebrecht e do JBS continuam causando estragos na confiança dos políticos que dirigem o Brasil. Falta de confiança neles, falta na economia. Na verdade, os capitalistas estão com um “pé atrás” e só virá primeiro se Temer conseguir aprovar as poucas reformas macroeconômicas que encaminhou. Os capitalistas estão preocupados se ele retomará os gastos públicos para atender aos aliados. No que acreditam seria um desastre. Voltar-se-ia à recessão. A reforma trabalhista passando, o crescimento será diminuto. A reforma da previdência passando, crescerá mais um pouco. A reforma tributária encaminhada será um pouquinho mais. E onde estão as reformas microeconômicas? Nesta semana, o boletim Focus, cuja consulta se faz pelo Banco Central com 120 analistas financeiros, diminuiu o incremento do PIB de 0,5 para 0,4% em 2017 e de 2,5% para 2,3% em 2018. Não se visualiza uma recaída para taxas negativas. Porém, não foi nada boa a queda da arrecadação de 3%, em maio, em relação a maio do ano passado.

Keynes morreu dizendo que a incapacidade da economia em alcançar o pleno emprego é um dos maiores males da humanidade. O problema é quando o desemprego cai muito também demora muito para subir. A descaída no final do primeiro mandato da ex-presidente Dilma, quando os desempregados com carteira assinada eram 6,4 milhões, subiram para 11,4 milhões, quase dobrando. A herança maldita deixada levou agora a mais de 14 milhões em desemprego aberto. Em dois anos e meio cerca de 7,6 milhões de pessoas se juntaram ao exército de reserva imediato, daqueles que procuram avidamente emprego sem encontrar. Claro, Temer tem sua parcela de culpa em cerca de 3 milhões de desempregados. Tem sua parcela de reconhecimento de que estabilizou a queda. Mas, não tem o crédito de fazer crescer a economia. Daí a sua baixa popularidade. Ademais, o órgão oficial de política econômica estratégica, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) descarta queda forte do desemprego em 2017, conforme seu influente quadro de cientistas.

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