25/06/2017 - GOVERNO FICOU MENOR
Houve substancial mudança para o
governo federal ficar menor. Não se trata de governo menor em tamanho. Trata-se
de governo com menor representatividade e, portanto, não sendo capaz de
concluir as reformas estruturais. O que o deprime é a ilegitimidade, vista na
popularidade de 7%, conforme a publicação de hoje do Datafolha. Acresçam-se a
decisão de anteontem (23) de que as denúncias do grupo JBS, na delação
premiada, divulgada em 17 de maio, postas em vídeos, envolvendo o presidente da
República e o senador Aécio Neves, fortemente, além de quase 1.900 políticos,
foram consideradas pela Polícia Federal, após 30 dias de perícias. Isto é, não
houve montagem ou edições. Dessa forma, a Procuradoria Geral da República está
tendo muito trabalho, tendo denunciado o presidente Temer em três crimes ao
Supremo Tribunal Federal. Procuram os políticos pressionar o STF para julgar
logo. Ademais, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, informou que colocará
rapidamente em votação o pedido de impeachment, visto que a base aliada pretende
logo votar sobre o assunto, acreditando que possui, no mínimo, os 172 votos
para rejeitar a abertura do processo de afastamento.
Aos olhos de muitos, o governo de
Temer seguirá até o fim, mas não terá forças para soerguer a economia. Far-se-á
um pouco, porque pouco de reformas se terá conseguido. As projeções de muitos
analistas são de que a situação parou de piorar, estagnando-se neste ano,
crescendo somente no próximo. Sem dúvida, mesmo com o fim da recessão, a
estagnação tem ainda tornado a vida difícil, mesmo se vendo a luz no final do
túnel desde o início de 2017. Neste segundo semestre vem sendo esperado baixo
crescimento econômico, lenta redução do desemprego e situação política
constrangedora, pela referida ilegitimidade. Aos poucos se está desmontando a
corrupção sistêmica, instalada a partir de 2007 (antes a corrupção era em
muitos pontos), sendo o marco a criação do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC), mediante suas inúmeras grandes obras públicas e da anunciada
autossuficiência na produção de petróleo, após a descoberta dos campos do
pré-sal. Assim, foi justamente com a operação Lava Jato, de descobertas de
desvios de dinheiro na Petrobras, para uma gama de empresas, políticos e outras
pessoas, que já dura mais de três anos, que se descobriram as interligações em
obras dos ministérios com conhecimento do governo central. Vista a corrupção
sistema e o seu intensivo combate, a economia entrou em forte recessão, as
contas públicas se tornaram negativas e a ex-presidente Dilma foi afastada.
O governo do presidente Michel
Temer procurou se equilibrar, mas até agora não conseguiu. A situação ficou
pior, quando apareceram escândalos também o envolvendo. Dessa maneira, o
governo ficou menor, em poder, iniciativas, transparências para o mercado, em realizações,
em retirar a economia da difícil situação em que se encontra. Vale dizer, não
foram restauradas as confianças dos investidores e dos consumidores, havendo
leves esperanças.
Comentários
Postar um comentário