06/06/2017 - FORÇA QUE MAIS PUXA A DEMANDA
Errava Jean Baptiste Say (1767-1892), precursor da economia
política, quando afirmava que “a oferta cria a sua própria procura”. Coube a
Adam Smith (1723-1790) esboçar a lei da oferta e da procura, mostrando que a
procura é quem transmite a dinâmica econômica. Porém, credita-se a John Maynard
Keynes (1883-1946) expor o conceito de demanda efetiva (DE), mais completo
conceito, de que está vem primeiro do que tudo.
A DE é composta de consumo das famílias (C), investimento das empresas
(I), mais gastos do governo (G), acrescentando a demanda externa, que são as
exportações (X), tem–se a demanda agregada (DA ou DE). Em tese, ela é igual à
oferta agregada (OG), composta de PIB mais importações (M).
Assim, PIB + M = C + I + G + X.
No Brasil, o consumo das famílias atualmente está em 65% do
PIB. Vem encolhendo desde o início da recessão. Nem mesmo a injeção do FGTS de
contas inativas conseguiu fazê-lo voltar a crescer, devido à instabilidade
política, que deixaram os consumidores mais cautelosos. O consumo recuou 1,9%,
em maio, em relação ao primeiro trimestre deste ano, além de 0,1%, em relação
ao último trimestre de 2016, conforme a Confederação Nacional da Indústria
(CNI). A inflação está em baixa, mas o desemprego continua em alta, não tendo
se compensado em maio. Para junho e julho, pesquisas da CNI mostram que a
confiança do consumidor ainda não será retomada. A Fundação Getúlio Vargas
(FGV) calcula o indicador da Situação Financeira das Famílias, que caiu 2% em
abril. O indicador referido hoje está por volta de 57,3 pontos, atingidos em
dezembro passado. Mas, longe do pico de 115 pontos de julho de 2011. O
indicador é considerado bom acima de 100. A Federação do Comércio do Estado de São
Paulo calcula o Índice de Confiança do Consumidor. Este estava em janeiro em
102 pontos; em fevereiro estava em 114 pontos. Porém caiu para 99 pontos,
depois das denúncias do grupo JBS. Os três órgãos de pesquisa citados sabem que
o Estado de São Paulo é responsável por cerca de 30% do varejo do País. Em
queda e em perspectiva negativa, provavelmente, apontam para pequena queda na
taxa do PIB.
Antes da atual recessão, o consumo foi o principal motor do
crescimento da economia. Em queda fica difícil o retorno ao crescimento. Mesmo
assim, o mercado financeiro, consultado semanalmente pelo Boletim Focus do
Banco Central, reitera que este ano haverá incremento de 0,5% do PIB. Uma
insignificância. Mas, claro, melhor do que o processo recessivo.
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