15/06/2017- PACOTE DE BONDADES
O IBGE lançou por estes dias estatísticas de abril. Lá se vão
45 dias. Os números do IBGE são tradicionalmente cautelosos. As ilações sobre
eles exigem prudência. Na verdade, suas estatísticas vêm em espasmos. A
economia brasileira continua soluçando e não há ainda a recuperação esperada. Para
o comércio ele divulgou resultados positivos em abril, que cresceu 2%, mas
antes vinha com vários soluços. Agora foi a vez da área de serviços que cresceu
1%, mas soluçou, estando no acumulado do ano com saldo negativo. A indústria
também melhorou um pouco no mês em referência. Em síntese, o investimento,
tanto público como privado, têm caído pelo quarto ano consecutivo. O máximo que
se pode acreditar é que a economia ainda está estagnada. Quando o investimento
voltar a crescer, puxará a economia. Sabe-se que há muitos projetos engavetados
do grande capital. O pacote de bondades para ele seriam as reformas estruturais
e as reformas microeconômicas que tanto se têm referido aqui. Fala-se que o
presidente Temer pediu à equipe econômica estudos sobre elevação do consumo,
aumentar a renda da população, estimular os investimentos e alívio no imposto
de renda na fonte, mediante redução de alíquotas e aumento da parcela da
população que ficaria isenta. O Ministério da Fazenda é contra redução de
receitas e bate de frente com isso.
Segundo Henrique Meirelles, Ministro da Fazenda, o desemprego
parou de crescer em abril, quando chegou a 13,6%, no trimestre encerrado em
março, segundo o IBGE. No trimestre anterior tinha encerrada para 13,7%. A taxa
de desemprego no trimestre mais anterior tinha sido de 12,6%. Está-se terminado
o primeiro semestre. Geralmente, o nível de emprego melhora no segundo
semestre.
A questão que se coloca é por que quase a mesma equipe
econômica de Lula é a de Michel Temer e ele não deslancha? Talvez a resposta seja
de que um foi legítimo e o outro não é. Naquele a corrupção não estava exposta
como um cancro. Lula driblou as reformas e não as fez. Temer as está enfrentando,
numa costura visível. Lula a fez de forma velada. Enfim, o modelo de Lula foi
neoliberal e o de Temer é também. O primeiro se aproveitou do boom das
commodities na década passada; o segundo enfrentou parte da queda de preços
desta década. Porém, em síntese, a questão é de credibilidade. Lula, que era escorraçado
pelas elites econômicas as cooptou. Temer não consegue ganhar credibilidade.
Portanto, falta a ele gerar confiança dos capitalistas e dos trabalhadores.
Como será o seu pacote de bondades? Se é que terá tempo de fazê-lo?
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