27/02/2017 - ERROS DE POLÍTICA ECONÔMICA




Sem dúvida, os erros de política econômica que aconteceram no Brasil nesta década, retiraram o País da rota de crescimento, que parecia virtuoso, da década passada, para uma forte recessão, que já se apresentou em nove trimestres consecutivos de história recente, sem que tenha sido dado ainda um fim. De uma maneira em geral, os analistas creem que neste ano a recessão se encerre. Mas, para isso, o País precisa sair do fosso de – 3,8% de queda do PIB, em 2015, do buraco de – 3,5%, em 2016. Quer dizer, retornar ao PIB de 2014 (0,1% de crescimento) é bem mais provável. O mercado se refere a um incremento de 0,5% do PIB de 2017. Estará provavelmente estancada a sangria. Mas, o prejuízo terá sido enorme. Portanto, os analistas acreditam que somente se voltará ao PIB de 2010, após 2020. Uma “década perdida”. Porém, desta vez foi muito pior do que a década dos anos de 1980. Aqui já se tem muito falado sobre a incorreta manipulação dos juros básicos, a partir de 2011, quando em cerca de um ano, reduziu-se a SELIC 5%. Descoberto o erro. Passou-se três anos de elevação da SELIC, cuja maior repercussão se deu na dívida pública, que saltou da faixa de 50% para a de 70% do PIB. Outro foi a excessiva e equivocada redução de 20% no preço da energia elétrica, em 2013, tendo-se que corrigir o erro elevando-a em média de 50%, em 2015. Regras em demasia, afastaram investimentos em parceria. Excessivos gastos públicos, muito acima da arrecadação. Recuo da confiança de empresários e consumidores. Perda do grau de investimento. Danosa corrupção.

Em artigo na Folha, de hoje, Leão Serva, examinou “O veneno da corrupção”... “O caso mais claro é o que aconteceu com a Petrobras: a empresa foi ao buraco por erros da administração Lula e Dilma, que pouco tem a ver com corrupção. O controle demagógico dos preços dos combustíveis tirou cerca de R$400 bilhões do valor de mercado da empresa entre 2008 e 2016. A corrupção estima-se, roubou cerca de R$10 bilhões (projeções nos EUA falam de R$20 bilhões, ainda assim pouco perto do que a incompetência administrativa provocou)”.

O articulista não examinou aspectos que começou da operação Lava Jato. A corrupção descoberta já há três anos sendo investigada, desativou, reduziu, desempregou, paralisou muitos segmentos econômicos interligados de 29 complexos de empreiteiras cartelizadas. Aí, sim, é que a corrupção tem raio muito amplo, além de não só referir-se à Petrobras, mas ao setor elétrico, ao setor financeiro, a de obras da Copa de 2014 e à Olimpíada de 2016 e a centenas de políticos. O problema é que combater o veneno da corrupção está sendo muito demorado e, quanto mais, mais o País se encontrará em baixo crescimento. Claro, espera-se que haja um saneamento. Porém, os custos são muito maiores do que R$10 bilhões ou R$20 bilhões.

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