14/02/2017 - FGTS DE CONTAS INATIVAS




Há dez anos, no dia 13-02-2007, o título do artigo era “Redução na taxa de juros”, havendo o enfoque teórico de que a inflação brasileira é de demanda, sendo os instrumentos eficazes de controle a taxa de juros e o multiplicador dos depósitos bancários. Assunto hoje na pauta de todos que esperam redução dos juros. Porém, a inflação pode ser observada bem de perto. A partir de março o trabalhador pode sacar o FGTS de contas inativas, no valor agora revelado de R$34 bilhões. O dinheiro congelado pelas regras do FGTS, que tem servindo mais ao governo para serem recursos estáveis de financiamento, além de pagar somente 3% de juros anuais, portanto, muito abaixo da inflação, servirá para quitar dívidas ou gastar no consumo. Crê-se que poucos irão para as aplicações financeiras. Referido dinheiro estimulará um pouco a economia, no estilo Lula e Dilma de vê-la: em direção ao consumo e ao reforço da capacidade de obter crédito. Recursos assim destinados têm fôlego curto, dados que se esgotarão em pouco tempo as possibilidades de exercê-los. O bom para a economia é que tal poupança fosse mais para o investimento. Porém, o hábito do brasileiro é consumir mais do que poupar.

O FGTS liberado vai melhorar o comércio que, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio, o varejo teve o pior ano da sua história em 2016. O setor bateu recordes de fechamento de lojas, de demissões e quedas das vendas. Ente aberturas e fechamentos, 108,7 mil lojas formais encerraram as atividades no País. 182 mil trabalhadores foram demitidos, depois de consideradas as admissões. Em dois anos, o comércio encolheu mais de 200 mil lojas e quase 360 mil empregos diretos. O tombo nas vendas foi de 8,8% no ano e de 9,1% em 12 meses, dados até novembro. Afetados pela disparada da inflação de alimentos e pela queda na renda, a crise no varejo bateu forte nos hipermercados e supermercados. Em 2016 esse segmento contribuiu com quase um terço das lojas fechadas.

O fato é que o atual governo ainda não encontrou o seu modelo de crescimento, que deveria ser o puxado pelo investimento privado. No entanto, ele prossegue ainda estimulando o consumo, do pouco de resta, em saída lenta da recessão. Há sinais de pequenas melhoras, mas ainda não aumentou a taxa de investimento, o que só com ela a economia voltará a crescer, de forma estabilizadora.

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