22/02/2017 - EMBALAGENS CAÍRAM MAIS DO QUE O PIB
Há dez anos, o impacto do PAC se
fazia sentir com a edição de sete medidas provisórias e quatro projetos de lei.
Os investidores continuavam apoiando o segundo mandato de Lula, as commodities
estavam com preços elevados, às previsões eram de que o PIB não cresceria menos
de 3,5% e ele cresceu 5,7%. Outros tempos. O embalo era na área de
infraestrutura. No ano anterior tinham sido aprovadas as Parcerias
Público-Privadas (PPP). Porém, como a Petrobras representava 30% dos
investimentos públicos, Lula mudou de ortodoxo do primeiro mandato, passou a
heterodoxo. Em aliança com Hugo Chávez definiria duas refinarias, uma no
Maranhão e outra em Pernambuco. Além disso, aprovou a lei de conteúdo local,
que permitia comprar equipamentos com até 80% de conteúdo nacional. As
respostas para as PPP foram poucas e a Petrobras partiu para o caminho da
autossuficiência, via exploração na camada do pré-sal. Hoje 50% são dela. Só
não se imaginava que a Petrobras fosse saqueada, conforme tem revelado a
operação Lava Jato. Pagam-se hoje pelos desvarios que começaram dez anos atrás.
Vindo para a atualidade, nesta recessão, de mais de dois
anos, as embalagens mostram como ela tem sido aguda. Em 2015, a produção de
embalagens recuou 4,41% contra 3,8% do PIB. Em 2016, a queda alcançou 4,2%, em
comparação com a estimativa de 3,5% de recuo do PIB. A marca de dois exercícios
do referido segmento foi de 8,8%, em contraste com os 7,4% do PIB e cerca de
10% da renda per capita. Os cálculos do gênero em referência foram feitos pela
FGV, por solicitação da Associação Brasileira de Embalagens (ABRE). Os
resultados são antecedentes da divulgação do PIB e mostram como tem sido severa
a escala recessiva. Para 2017, a previsão da ABRE é de primeiro trimestre
negativo em 0,5% e o último de 2,1%, fechando o ano com 0,6%. A perspectiva é
bem semelhante ao que espera o mercado financeiro de alta de 0,5% do PIB em
2017. Os fatores que apontam para a recuperação da economia nacional, ainda que
lenta, são que os estoques foram bastante reduzidos, houve queda no
endividamento das famílias e há melhora nos indicadores de confiança. O
desempenho de embalagens em 2016 mostrou o maior recuo para aquelas de
plástico, de - 8,47%. Depois, veio madeira, - 7,28%. Papel, cartão e papelão, -
2,52%. Vidro, 2,16%. Metal, - 0,32%.
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