10/02/2017 - RESGATE DEMORADO DO INVESTIMENTO
O Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), dentre
outras atividades, possui equipes de trabalhos técnicos, que visam auxiliar o
governo central na política econômica. Ele calcula, mensalmente, o indicador
chamado de Formação Bruta do Capital Fixo (FBCF), conta de investimentos
privados, para repor a depreciação e para novas inversões. Em 2015, a FBCF
despencou 13,9%. Em 2016, o indicador caiu 10,8%. Em somente dois anos
recessivos, o baque alcançou 26,2%. Segundo o IPEA, o País registrou reação dos
investimentos somente na economia na reta final de 2016. Em dezembro, a FBCF
teve crescimento de 3,9%, perante novembro, na série com ajuste sazonal. O bom
desempenho foi consequência do avanço de 8,8% no consumo aparente de máquinas e
equipamentos, agregado da produção doméstica e importações, menos as
exportações. Nos últimos anos, detectou trajetória irregular da FBCF. a
sinalização que entende o IPEA é de que a recuperação da economia será lenta e gradual.
O resultado positivo de dezembro interrompeu uma sequência de cinco recuos
consecutivos, mas não evitou que os investimentos terminassem em queda de 3,7%,
em relação ao trimestre anterior. O grandioso recuo referido, de 26,2%, deve-se
a que a economia doméstica sentiu forte aumento do desemprego e,
consequentemente, redução da renda média do trabalho. Economistas do mercado
financeiro anteveem que o desemprego cairá até abril, para mais de 13%. Mesmo
com previsão de que a renda média melhore, gradativamente, em razão de que a
inflação está recuando e recuará mais ainda, a retomada será no nível referido.
Quando comparado dezembro de 2016 com dezembro de 2015, o
indicador do IPEA cresceu 1,7%, em dezembro passado. Porém, em relação ao
quarto trimestre de 2015, a FBCF recuou 8,3%, no quarto trimestre do ano
passado.
O IPEA antevê perspectivas favoráveis para os próximos meses,
em razão da queda da taxa básica de juros e de estoque em níveis mais bem
comportados, que permitirão a retomada da produção, quando houver incremento da
demanda agregada. Contudo, a capacidade ociosa da economia ainda deverá impedir
um resultado positivo da FBCF em 2017. Isto, porque, a recessão de dois anos
consecutivos ocasionou enorme ociosidade na capacidade produtivo nacional.
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