16/02/2017 - VENDAS NO VAREJO SOBRE ANO ANTERIOR
No olhar de 10 anos atrás, em 17-02-2007, o artigo tinha o
título de “Cenário para 2007 da MB Associados”. Empresa de consultoria
paulista, cujo fundador, José Roberto Mendonça de Barros, foi secretário de
política econômica e professor deste escriba nos anos de 1980. Ambos existem
até hoje e são bastante procurados. Porém, eles projetavam inflação de 4% e ela
foi de 4,5%. Para o PIB a projeção era entre 3% a 3,5% e ele cresceu 5,7%.
Assim, a projeção de início do ano pode estar bastante errada. Neste ano, projeta
o mercado 0,5% de incremento do PIB. Poderá ser quanto? Outro fator que ajudará
à baixa inflação é que o dólar recuou para o menor nível desde 2015.
As estatísticas das vendas mensais no comércio varejista
começaram em 2001. Em 16 anos, terminou com retração anual de 6,2%, a maior da
série. A saber, de 2001 a 2016, as taxas anuais foram (em %): - 1,6; - 0,7; -
3,7; 9,2; 4,8; 6,2; 9,7; 9,1; 5,9; 10,9; 6,7; 8,4; 4,3; 2,2; - 4,3; - 6,2;
respectivamente. O fato é que as vendas no varejo voltaram a decepcionar em
dezembro. Com a antecipação de compra para o Natal, em novembro, estimulada
pelas promoções da Black Friday, o comércio varejista amargou queda de 2,1%, o
pior desempenho de dezembro desde o início da série. O varejo já acumula oito
trimestres de retração nas vendas. O
alento é de que a perspectiva para 2017 é de estabilização, apesar dos cortes
da taxa básica de juros e da liberação ainda em março dos saques nas contas
inativas do FGTS. O dinheiro liberado deverá ser empregado primeiro na redução
do endividamento, antes que seja gasto pelas famílias no consumo. O IBGE já
observou que se reduziu o ritmo de perdas no último trimestre do ano. O volume
vendido recuou 1,2% de outubro a dezembro, contra recuo de 1,6%, de julho a
setembro. O fato é que o desemprego ainda cresce, passou de 12% e, conforme
perspectivas poderão passar de 13% ainda neste ano. Portanto, o máximo que os
mercados estão antevendo é a estabilidade das vendas em 2017. Com o tombo de –
4,3% em 2015 e de – 6,2% em 2016, a retração acumulada alcança - 10,8%. Maior
do que os 10% da renda per capita. Por seu turno, o setor de serviços caiu 5%,
em 2016, segundo o IBGE. Em resumo, o comércio recuou 6,2%; serviços, 5%;
indústria, ainda não divulgado, mas será maior taxa do que a destes dois; só a
agropecuária crescerá um pouco. Na média, o PIB será – 3,5%, presumivelmente.
Olhando para frente é possível ver sinais de melhoras. O
Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, estima no primeiro trimestre um
crescimento do PIB de 0,3% e espera fechar o último trimestre em 2%. Quem está
saindo na frente é o agronegócio, cuja safra de meio de ano está prevista pelo
IBGE em ser 20% maior do que no período anterior. Dessa forma, depois de sete
trimestres encolhendo, em relação ao anterior, o PIB esperado terá um número
positivo, ou de dez semestres, em comparação com o ano anterior, o PIB voltará
ao positivo.
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