09/02/2017 - VOO DE ÁGUIA E VOOS DE GALINHA
No dia 09-02-2007, o artigo intitulava-se “Bandeiras da
FIESP”, quais seriam: queda da taxa básica de juros, câmbio beneficiado para as
exportações, combate à pirataria e em apoio ao Supersimples (hoje Simples
Nacional). Muito pouco se mudou. O presidente da FIESP era Paulo Skaf. O mesmo
de hoje.
Desde 1980, após o segundo choque do petróleo, em 1979 (o
primeiro foi em 1973), o Brasil tem procurado alçar voo de águia, mas tem
realizado voos de galinha. Quase quarenta anos de crescimento baseado no CONSUMO
E NO CRÉDITO, intercalados ora por anos de baixo crescimento ou ocasionais anos
recessivos. Na década passada, o PT prometeu realizar um projeto de vinte anos
no poder, mediante ‘espetáculo do crescimento’. Voos de águia. Porém, ficou
somente em um voo dela, nos oito anos de Lula, de 4% ao ano, em média. Desde
2014 que o País ingressou em forte recessão, como não havia existido. Neste
ano, economistas nacionais e internacionais acreditam que o crescimento será
lento e prolongado, mas baseado na recuperação do INVESTIMENTO principalmente
PRIVADO. A propósito, o IPEA observou crescimento de 3,9% do investimento em
dezembro. Poderão ser voos de águia?
Contribuirá para isso a convergência da inflação de janeiro,
que foi a mais baixa já registrada para o mês, que, segundo o IBGE, ficou em
0,38%, o menor número para o período da série histórica, iniciada em dezembro
de 1979. Em janeiro de 2016 o índice foi de 1,27%. Em janeiro de 1994, um mês
antes do início da transição para o Plano Real, através da URV, foi de 41,32%. No
acumulado dos últimos 12 meses, a inflação ficou em 5,35%, abaixo dos 6,29%,
registrados em todo o ano passado. O resultado veio abaixo dos 0,30% de
dezembro, mas ficou abaixo do que esperavam os economistas consultados pela
Reuters, que previam alta de 0,44%, em janeiro e de 5,41% em 12 meses.
Analistas de mercado, tais como os do Banco ABC Brasil, acreditam que a
inflação de 12 meses poderá chegar abaixo de 3,5% em agosto e que a SELIC
finalizará 2017 em 9,75%. Os do Banco Fator acreditam que a SELIC cairá mais,
indo para 9,5%.
O IBGE diagnostica o cenário de demanda fraca, diante de
desemprego alto e de recessão econômica como fortes influências sobre a queda
da inflação. O cenário deles é de que havia menos dinheiro disponível pelas
famílias e de que o endividamento ainda estava muito alto. Porém, o salário
médio ganhou reforço de 0,5% em dezembro e o grau de endividamento diminuiu.
Assim, é quase consenso de que o crescimento será puxado pelos investimentos,
segurada a inflação por volta do centro da sua meta.
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