18/02/2017 - SAÍDA DA RENDA MÉDIA NÃO SÓ PELA EDUCAÇÃO




No dia 16-02-2007, o título do artigo era “Gás da Bolívia”. Evo Morales tinha nacionalizado as refinarias do Brasil e visitava o País pela segunda vez. Ele continua presidente. O PT passou pelo poder.  Ambos os países continuam como estavam, presos, em armadilha em termos de baixa educação e renda.
Em entrevista à revista Exame, datada do dia 16 passado, o professor de Ciência Política do MIT, Ben Ross Schneider, estudioso da realidade brasileira, ao concordar que o Brasil se encontra na armadilha da renda média, afirmou que “ao contrário do que muita gente pensa, o problema não é econômico. É político.” Pergunta da revista Exame. “O que é a armadilha da renda média”. Resposta do professor. “Organismos internacionais, como o Banco Mundial, dividem os países com base no PIB per capita. Os que têm entre 1.026 até cerca de 12.500 dólares são de renda média. Acima desse valor estão os de renda alta. A maior parte dos países hoje considerados ricos saiu da renda média para a alta em aproximadamente 30 anos”. O Brasil não. Muito menos a Bolívia. Para ele, os países que ficaram ricos foram aqueles que registraram avanços na educação, inovação, infraestrutura, justiça, estabilidade política e reformas macroeconômicas. Acrescentem-se reformas microeconômicas. Os obstáculos principais para o Brasil tornar-se um país rico não são só econômicos. São principalmente de natureza política. Faltam consensos para promover mudanças. Ou seja, a reforma política. Os políticos detêm matizes predominantes de colonizadores, exclusivistas, egoístas. Somente se elegendo melhores quadros as decisões para os brasileiros serão as melhores. A questão como convencer o “povo” a votar nos melhores quadros? Quadros fora dos problemas com a corrupção. Esta é praticada por políticos e empresários inescrupulosos e “espertos”. De 2012 para cá, quando se fez a maior ação penal da história, a do “mensalão”, no Supremo Tribunal Federal (STF), reiniciou-se uma história que tinha começado em 1992, através do impeachment de Fernando Collor. Mas as investigações não progrediram e Collor foi absolvido pelo STF. Muitos escândalos ocorreram nestes últimos 30 anos. Mais um impeachment, o de Dilma, em 2016. Ademais, o País se vê perante três anos de investigações da operação Lava Jato, cujos resultados nunca tinham acontecido, tais como a prisão de 188 empresários, um senador preso em exercício, muitos políticos graúdos denunciados no STF, ainda em segredo de justiça. O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, preso e denunciado por mais de 184 casos de lavagem de dinheiro. Preso também aquele que foi considerado o homem mais rico do Brasil, Eike Batista. Para ambos, o Ministério Público pediu mais de 40 anos de prisão. Ou seja, o País está na hora de mudar suas instituições, seus quadros para que o Brasil seja passado a limpo. A problemática é que os políticos criaram tanto privilégios para si que tem sido impossível tirar o País da armadilha da renda média.

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