04/02/2017 - CAMPEÕES NACIONAIS
No dia 04-02-2007, o título da coluna era “Importações
diminuem o PIB”. Uma coisa óbvia, perante a equação geral macroeconômica do PIB
+ M = C + I + G + X. Do lado esquerdo, oferta agregada; do lado direito,
demanda agregada. Onde M = importações; C = consumo das famílias; I =
investimentos globais; G = gastos do governo; X = exportações. No entanto, as
importações aumentam a oferta agregada. O que não se colocou, na época, que
elas, em excesso, podem trazer a “maldição” do comércio externo, visto que
destroem atividades econômicas domésticas.
Hoje o assunto são campeões
nacionais. Estes foram escolhidos no segundo governo de Lula e ampliados por
Dilma. Empresas enormes, justamente aquelas que o petismo combatia com veemência.
Ou seja, aquelas que mamam nas tetas do governo e praticam monopólio ou
cartéis, cobrando acima dos preços de mercado. De 2008 a 2016, o governo
federal injetou, em empresas escolhidas, mais de R$500 bilhões, através de
financiamentos do BNDES, a juros subsidiados, correspondentes a 9% do PIB, em
empresas campeões nacionais, valor que foi transferido à dívida pública. De
início, esta foi à defesa argumentada por Lula, para enfrentamento da segunda
maior crise capitalista (2008-2010), mas, depois, os resultados começaram a
diminuir, em termos de produto, caindo no colo de Dilma. Esta ampliou a “ajuda”
financeira e criou mais órgãos públicos (estatizando mais a economia) e ampliou
gastos. Gastou mais do que arrecadava.
Os valores foram “escondidos” nas contas
nacionais. Descobertos como “pedaladas” fiscais, obrigou a presidente a
reconhecer tais débitos, tendo levado o País a déficit primário, após 18 anos.
Os critérios das escolhas empresas amigas ficaram velados. Porém, nos últimos
três anos, a economia encolheu 8%, os investimentos recuaram 28%, as operações
de corrupção emergiram principalmente denunciadas na operação Lava Jato, na
operação chamada de Zelotes, no setor financeiro, do setor elétrico e em vários
Estados. O maior conjunto de beneficiários foi o de 29 empreiteiras,
cartelizadas, beneficiando-se de obras públicas, sendo o caso mais notório o das
organizações Odebrecht. Seguem-lhe muitos outros, que se encontram no
“hospital” do BNDES. Nesta semana, caso estrondoso se deu com a prisão de Eike
Batista, considerada a sétima fortuna do mundo, pela revista Forbes, cujas
empresas tinham investimentos de R$30 bilhões e ele se dizia que seria o mais
rico do mundo.
A partir de 2015, o governo federal começou a consertar alguns
rombos, ainda com Dilma. Em 2016, as operações do BNDES caíram 35%, atingindo
R$88,2 bilhões, equivalentes a 1,4% do PIB, o menor percentual desde 1996. No
auge do uso do BNDES, em 2010, as aplicações do BNDES alcançaram a 4,3% do PIB.
O governo Temer forçou o BNDES e este já devolveu R$100 bilhões, para reduzir a
dívida pública. Ao BNDES caberá, doravante, ter outros critérios, que não o de
campeões nacionais.
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