25/02/2017 - DESEMPREGO EM CRESCIMENTO




No dia 25-02-2007, há dez anos, nos passos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no segundo mandato de Lula eram anunciadas três obras grandiosas, além das cerca de 200 obras do PAC, anteriormente anunciadas. Projeto de Gás da Cidade de Campos (RJ), no valor de US$10 bilhões, conectando Rio de Janeiro com São Paulo. Projeto do Porto de Açu (RJ), US$1,3 bilhão, megaempreendimento na área de mineração do grupo EBX (de Eike Batista, hoje, reconhecido empresário corrupto, preso e seu fora projeto repassado). Eclusas de Itaipu (PR), no valor de R$1,2 bilhão, elevando o desempenho da maior hidrelétrica do mundo. Sem dúvida, uma gestão que tinha em mente a elevação do emprego, não obstante eivada de corrupção. Repetia-se, assim, como muitos outros gestores fizeram, o slogan de Ademar de Barros, ex-governador de São Paulo: “rouba, mas faz”. Evidente que não se defende isso, e sim, a gestão eficiente e eficaz.

Hoje em dia, o governo continua somente combatendo a recessão com a política fiscal, visando reduzir o déficit público e, com a política monetária, para reduzir a inflação. Vem obtendo êxito. Mas, como retomar o crescimento? As obras de parceria público/privadas, depois de nove meses, ainda não foram leiloadas. Acredita-se que irão completar um ano ou mais para os leilões. Enquanto isto, o IBGE anunciou desemprego crescente, em todas as faixas, havendo somente tendência de reversão no segundo semestre, quando se espera as obras comecem. Assim, ontem, divulgou que a taxa de desemprego na faixa de 14 a 17 anos, atingiu 39,7%, segundo a PNAD Contínua do quarto trimestre de 2016, crescendo 10,9%, em relação há um ano. Nessa faixa predominam os jovens aprendizes, que trabalham menos hora por dia. Para aqueles na faixa de 18 a 24 anos, onde se encontram os recém-formados, que chegam ao mercado de trabalho, a taxa de desemprego atingiu 25,9%. Há uma terceira faixa de 24 em diante. No conjunto, o desemprego aberto atingiu 12%, correspondentes a 12 milhões da População Economicamente Ativa (PEA), por volta de 100 milhões de brasileiros. Foi uma elevação de 2,7%, no mesmo período em análise. Dos 12 milhões, quase a metade estava a um ano de espera ocupacional. Outros 2,3 milhões estavam na fila há dois anos. Existem ainda aqueles trabalhadores subocupados, que trabalham menos hora da jornada por dia, além daqueles que queriam emprego, mas não o estavam procurando, correspondendo a 10% da PEA. Dessa forma, a taxa composta atingiu 22% da PEA. Ou, 22 milhões de desempregados. Referida taxa era de 17,3% da PEA, um ano atrás. Hoje, que o País encerrou o trimestre de novembro/dezembro/janeiro com 12,9 milhões de pessoas desocupadas. Ou seja, de um mês para outro, de quase mais um milhão de desemprego aberto. Quer dizer, o corte dos juros e anúncio de liberação do FGTS ainda não fizeram efeitos.

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