02/02/2017 - DISCURSO ORTODOXO DO BC




Em retrospecto, o dia 02-02-2017, há dez anos, tinha artigo intitulado “Bancos públicos”, quando o governo prometia financiar o PAC via bancos federais e mediante 30% de inversões da Petrobras. Naquela oportunidade, o professor Armando Castelar Pinheiro, economista e professor universitário, no jornal Valor Econômico, afirmava que “o PAC comete erro ao fomentar a expansão do Estado empresário, em vez de criar condições para iniciativa privada atuar nas áreas de financiamento e crédito”. No seu primeiro mandato Lula não fez isso. Mas, no seu segundo mandato, sim. Obteve bons resultados, mas chegou à exaustão. Dilma exacerbou o papel do Estado, fixando regras e afastando investidores e subsidiando em demasia as empresas “amigas”. Deu no que deu.  

O presidente do Banco Central do Brasil (BC), Ilan Goldfajn, declarou ontem que a meta de inflação do Brasil poderá ser rompida, em direção de baixa, para 3%, que é a inflação praticada pelos países emergentes. Sem dúvida, o governo de Lula, em 2006, obteve inflação de 3,1%, quando, ortodoxamente, dirigia o BC, Henrique Meirelles, atual Ministro da Fazenda, crescendo o PIB, em 2007, 5,7%. Em 2008, 5,1%. Veio à recessão mundial, o PIB brasileiro foi de – 0,1%. O ultimo país a entrar e o primeiro a sair da recessão da época, devido aos subsídios ao consumo e ao crédito, que naquela oportunidade cabiam. O que não cabiam eram a ampliação deles, por Dilma, que também colaboraram para seu fracasso. Mas, em 2010, o PIB cresceu 7,5%. A taxa média dos quatro anos alcançou 4,25%. Sem dúvida, o êxito da ortodoxia, no combate à inflação e em crescimento econômico. A inflação média de 2006 a 2009 foi de 4,3% anuais, abaixo do centro da meta inflacionária.

Quanto ao debate de inflação com meta de 3%, isto foi uma insinuação do presidente do BC. A decisão compete ao Conselho Monetário Nacional, que o tem como um dos seus membros, mais o Ministro da Fazendo e o Ministro do Planejamento. As reuniões do CMN são fechadas e toma de surpresa os agentes econômicos, tal como foi a última delas, que terminou com o crédito automático do cartão de crédito, parcelado, que podia ser pago somente 15%. Aliás, era essa indução aos mais necessitados. As regras agora são outras. O objetivo foi trazer as taxas médias mensais do cartão de crédito de 15% para algo como 8% ao mês, ainda muito elevadas.

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