23/02/2017 - BC COM QUEDA MAIS RÁPIDA DE JUROS
A segunda reunião do ano do Banco Central (BC) ocorreu ontem e
o segundo corte da taxa básica de juros (a SELIC), igual, de 0,75%. Na
sequência de dois outros cortes de 0,25% cada. Vale dizer que a SELIC ingressou
em nova rota de queda mais rápida de juros, já tendo reduzido 2%. Mesmo assim,
a SELIC está elevadíssima, em 12,25% anuais. O mercado financeiro projeta SELIC
de 9,5% e inflação de 4,2%, no final de 2017. Já, para 2018, a SELIC de 9% e
inflação no centro da meta de 4,5%. Isto é, devido ao provável crescimento, a
inflação não se reduziria da casa dos 4%, para 3%, como gostaria Ilan Goldajn,
extrapolando maior elevação do PIB, na linha ortodoxa do presidente do Banco
Central. Embora tenham sido baixadas, as projeções financeiras indicam taxa
real de juros na casa de 5%, ainda muito elevada, em relação a uma média, por
volta de 1%, praticada pelos países desenvolvidos.
O fato é que os preços dos alimentos em queda, desde o final
de 2016, levaram a redução da taxa inflacionária e da taxa de juros. Em linha,
os grandes bancos também rebaixaram os juros das suas tabelas de crédito,
notadamente, para o crédito imobiliário. Acredita-se que a recessão se aproxima
de zero, neste primeiro trimestre. No entanto, a receita governamental não
demonstra maior progresso. Desconsiderando a repatriação de recursos, que pagou
multa e imposto de renda, em 12 meses, ela caiu 5%, em termos reais. Porém,
quando se consideram todas as outras receitas do governo, referida repatriação,
royalties do petróleo e tributos do setor financeiro, descontado o efeito
inflacionário, a receita total da União subiu 0,79%.
Não sem motivo, embora clara injustiça fiscal, a Secretaria
da Receita Federal manteve a tabela o Imposto de Renda congelada. Isto é,
valores de deduções não foram corrigidos. Isto já pelo terceiro ano. Mais
contribuintes pagarão imposto de renda. A perda acumulada da tabela ultrapassa
os 80%.
Novamente, alas do governo e de políticos, voltam a cogitar
elevação da CPMF extinta em 2007. É sempre assim, perante governos gastadores,
a carga tributária mantém tendência ascendente. Porém, a maior explicação é
pelo crescimento do endividamento público, que, de 2014 para cá, saiu da casa
de 50% para a de 70%.
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