18/11/2016 - ENDIVIDAMENTO EXTERNO SONDADO
No final dos anos de 1970, depois de dois grandes choques do
petróleo, o Brasil ingressou em longo período de baixa taxa de crescimento, com
algumas flexões recessivas. Tinha se esgotadas as possibilidades de continuar
crescendo via endividamento externo, caminho adotada pelos governos militares,
em época de dinheiro barato e abundante. Nos anos de 1980 a inflação saiu de
alta para processo hiperinflacionário, desorganizando a economia. Antes do Plano
Real, em 1994, fez-se o ajuste fiscal, em 1993, dolarizou-se a economia e uma
nova moeda nasceu com credibilidade, depois de transitar pela Unidade Real de
Valor (URV). A dívida externa, que chegou a 80% do total da dívida, veio sendo substituída
pela dívida interna, ao ponto de hoje ser por volta de 15% do total. A inflação
veio para um dígito. Em 1999, no segundo governo de FHC, o tripé macroeconômico
estava formado, mediante o pilar da inflação sobre controle, do superávit fiscal,
mais o pilar do câmbio flutuante. A era Lula foi também a manutenção dos
referidos pilares. Contudo, no último ano do governo Dilma (2014), perdeu-se a
perna do superávit, ocorrendo déficit primário, depois de 18 anos seguidos. A
inflação saiu do sistema de metas em 2015, passando a dois dígitos. O câmbio se
desvalorizou em 2015 em cerca de 50%. Uma crise extremamente severa se instalou
no País. Os investimentos das empresas caíram por dez últimos trimestres. A
dívida pública subiu e saiu do limite tolerável. Ou seja, em análise de
projetos ele é de 60% da capacidade de pagamento. Em forte recessão, os
déficits públicos já estão garantidos para pelo menos 3 anos. Os governos
estaduais estão mais do que fragilizados. O que se procura fazer agora são as reformas.
A começar com a do teto dos gastos públicos, a tributária, a previdenciária, a
volta das concessões para parcerias público-privadas e a solução dos déficits
dos Estados.
O Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles está nos Estados
Unidos, vendo uma forma de socorrer os Estados, sobretudo o mais dilacerado
deles, o Rio de Janeiro, que fez a Olimpíada, além da Copa de 2014, estando
insolvente. Projeta, então, a emissão de títulos da dívida externa, cuja
garantia seria os royalties do petróleo. O fato é que ele está lá mesmo é
procurando atrair investimentos externos, já que os investimentos nacionais
ainda não reagiram como esperado. O ministro mesmo declarou que aguarda
crescimento baixo em 2017, por volta de 1% e não mais o 1,6%, projetado em
agosto deste ano.
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