01/12/2016 - SERENIDADE E PACIÊNCIA
A resposta do presidente da
República Michel Temer à imprensa, aos números negativos do PIB, da oferta
agregada e da demanda agregada, divulgados ontem pelo IBGE, é de que a
sociedade deve ter serenidade e paciência. Ora, depois de seis meses de gestão,
a recessão se aproximou de - 4%, maior do que a do ano passado, de – 3,8%.
Trata-se da maior recessão da história. Muito embora a equipe econômica seja
bem referida pelo mercado, a equipe política dele se desmorona, mediante queda
de um ministro por mês. Seis deles, da composição política base aliada. Ontem, a
Câmara deu uma demonstração de fisiologismo, aproveitando que as grandes
atenções estavam voltadas para o acidente aéreo que dizimou a equipe de futebol
da Chapecoense, eles votaram a toque de caixa o projeto da lei anticorrupção,
de iniciativa popular com mais de 2,4 milhões de cidadãos, composto de dez
propostas, sendo nove rejeitadas. Ontem, à noite, o presidente do Senado queria
votar de qualquer forma a urgência do projeto aprovado pela Câmara, mas foi
derrotado. Ontem à noite também houve manifestações com “bate panelas”, pelo
Brasil, mostrando que o povo não irá aceitar a desfiguração da lei
anticorrupção. Já há poucos dias, os três presidentes da Câmara, Senado e da
República convocaram a imprensa, para dizer que não seria aprovada a anistia ao
caixa 2, aspirada por mais de 300 deputados nas Câmara, mas que seguiu avante.
A aprovação ontem do primeiro
turno da PEC 55, pelo Senado, quase certa a votação aprovada, em segundo turno,
no próximo dia 13, ameniza as más expectativas de que o governo irá conter seus
gastos. Mas, o mercado não acredita nela só e propugna pela dura reforma da Previdência Social. Por seu
turno, o Banco Central reduziu, pela segunda vez neste final de ano, a taxa
básica de juros em 0,25%, acenando que a trajetória de queda lenta continuará
no próximo ano. Somada esta às reformas indicativas, a esperança de retomada da
economia fica para o próximo ano. Porém estimada em no máximo de 1%. Salvo não
haja mudanças de moralidade política e a continuidade das reformas, além do
final a bom termo da operação Lava Jato, através de ação penal de maior
envergadura do que o “mensalão”. O fato é que o presidente Temer não está
conseguindo reverter o difícil quadro deixado pela ex-presidente Dilma e há até
aqueles que acreditam que ele não terminará o seu governo.
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