01/11/2016 - REPATRIAÇÃO DE RECURSOS
Findou ontem o prazo dado pelo governo brasileiro para a
repatriação de recursos. Escritórios de advogados, consultores econômicos e
entes federais trabalharam bastante, mas, ainda não se tem o valor final. A
repatriação esperada é de um valor parecido com a conta Restos a Pagar, que se
aproxima de R$60 bilhões. Em face do exposto, pretende o governo federal praticamente
zerar tal conta. Enquanto a repatriação é a legalização de ativos de nacionais
no exterior, mediante pagamento de multa e de imposto de renda, a conta Restos
a Pagar é de dívidas da União, de liquidações postergadas, seja por falta de
caixa ou até de inconsistências nas prestações de contas. A contabilidade
nacional registrava até ontem R$45 bilhões contabilizados, vindos do exterior.
Porém, espera-se bem mais, ou seja, cerca de R$60 bilhões referidos. A
repatriação de ativos é fruto de acordos internacionais do Brasil com aproximadamente
100 países, para saber o que nacionais tem de bens no exterior. Após o prazo
estabelecido, a Receita Federal poderá saber o quanto ainda ficou de poderia
ser retornado ao Brasil e presumir porque não ocorreu.
Nos doze meses até setembro, o déficit primário é de R$188
bilhões, ou 3,1%. Nos doze meses anteriores a setembro, o déficit foi de 3,08%.
Quer dizer, houve crescimento de 0,3% em relação ao mês anterior. O déficit
primário continua indicando que ainda é forte a retração dos tributos, por
força da forte recessão. No ano, o déficit governamental é de R$85,5 bilhões,
equivalentes a 1,86% do PIB. A meta fixada na lei do orçamento é de R$163,9
bilhões (2,6% do PIB). O teto aprovado pelo Congresso é de R$170,5 bilhões para
o governo central e superávit de R$6,6 bilhões para Estados e municípios. Pelo
visto há forte esperança do resultado final ser bem inferior ao teto citado.
A deterioração fiscal foi muito rápida e intensa no triênio
2014-2016. Mediante poupança negativa. Não há outro jeito a não ser a recorrer
ao endividamento público. A dívida líquida, que é a dívida bruta menos as
reservas, encontra-se em 44,1% do PIB. Já a dívida bruta passou de 70,7% do PIB.
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