03/11/2016 - NOVA FASE DA REPATRIAÇÃO
Não é surpreendente os resultados dos recursos não declarados
ao imposto de renda, de bens e de dinheiro de brasileiros no exterior,
arrecadados pela Receita Federal. Havia extravasado informes da Secretaria da
Receita Federal de que o valor seria muito elevado. A repatriação rendeu cerca
de R$51 bilhões de impostos e multas, no acordo internacional e perante lei
brasileira específica, encerrada em 31-10-2016. Nos bastidores havia a
expectativa de arrecadar por volta de R$60 bilhões. Ao todo, foram declarados
em torno de R$170 bilhões de recursos mantidos fora do País. A Secretaria da
Receita Federal recebeu documentos de 25.011 pessoas físicas, que pagaram R$25
bilhões de imposto de renda e R$25 bilhões de multas. Já, no que se refere às
empresas, houve apenas 103 declarações (aqui é surpreendente, visto que existe presunção
de que é muito mais), representando R$6 bilhões. Elas pagaram R$910 milhões em
imposto de renda e mais aproximadamente o mesmo em multas.
No passado, o sigilo bancário protegia a sonegação. No
entanto, os países, de uma maneira em geral, forçaram a quebra de ilegalidades
mundiais. Tais dinheiros e bens eram e são frutos de atividades legais e
ilegais. Legais, daqueles que não queriam pagar imposto de renda,
aproveitando-se de paraísos fiscais, em negócios internacionais. Ilegais,
daqueles que vivem da contravenção ou de roubos.
Referido dinheiro irá melhorar o desempenho do governo em
combater o déficit primário. Não sem motivo, o Ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, já acenou com afirmação para nova fase da repatriação. O presidente
do Senado, Renan Calheiros, afirmou que apresentará projeto para reabrir o
prazo de repatriar. Na ideia dele, o novo ingresso contemplará parlamentares e
parentes. O primeiro quer arrecadar mais. O segundo quer legalizar recursos de
origens suspeitas, mesmo que sejam de outrem.
As investigações da operação Lava Jato, da Polícia Federal,
que se concentra nos contratos da Petrobras, mas se projeta sobre demais
estatais, setor elétrico, ministério da fazenda, cartéis, políticos, dentre
outros corruptos, está indo no âmago da questão. A sociedade aguarda que se
resolva essa “sangria desatada”.
Segundo a Transparência Internacional, no exame de 180
países, o Brasil ocupa a 76ª posição, em corrupção. Já o Fórum Econômico
Mundial, entidade que advém dos encontros anuais da elite capitalista, em
reuniões anuais na Suíça, desde o cálculo do primeiro Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH), em 1971, classificou o Fórum citado o Brasil como o quarto pais
mais corrupto do mundo, atrás do Chade, Bolívia e Venezuela.
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