11/11/2016 - ONDAS DE PROTESTOS OPOSTAS




Duas maiores ondas de protesto nesta década se deram em junho de 2013. Uma contra o governo da ex-presidente Dilma, antes de começar a atual recessão (2014-2016). Milhões foram para as ruas, sem vinculação partidária, baseados nas redes sociais. Outra, picotada, atraindo milhares de pessoas, quando Temer tenta sair do modelo errático, comandada pelas centrais sindicais, vinculadas a partidos políticos. Às reivindicações populares, de 2013, Dilma respondeu com cinco propostas de reformas, desde a política até a tributária, enviando-as ao Congresso, que não as votou, visto que ela se incompatibilizou com sua base política. Referida base trancou seu governo e depois contribuiu para seu impeachment. Os erros de Dilma já foram mostrados à exaustão aqui, sendo, em síntese, uma gestão gastadora, acima da sua capacidade de gerar receitas, trazendo déficits primários crescentes por três anos, elevação da inflação para dois dígitos, em 2015, além de falta de confiança dos agentes econômicos. Entendendo os seus erros, tentou no ano passado, fazer um ajuste fiscal, mas continuava gastadora, realizando “pedaladas fiscais”, gastos não autorizados pelo Congresso. Desde maio deste ano, está na presidência da República, seu ex-vice, Michel Temer, procurando realizar as reformas que restabeleçam o tripé econômico, adotado por FHC e, por Lula, de meta da inflação, câmbio flutuante e superávit primário. Desde 1993, o País vinha sendo conduzido de forma ortodoxa, até 2006. No segundo mandato de Lula, ele se tornou heterodoxo, aumentando a intervenção do Estado na economia, ampliando gastos públicos e subsidiando o consumo e o crédito. O modelo, assim baseado deu certo, inicialmente, mas teve vida curta, já que se esgotou, desestimulando investimentos e levando à falta de confiança dos agentes produtivos. A ex-presidente Dilma, aprofundou a “nova matriz econômica”, dando com os “burros n’água”. Modelo heterodoxo sempre fracassa ou tem vida curta.

A segunda onda de protestos começou há poucos meses contra o governo definitivo de Michel Temer, mediante ocupação de escolas e greves, afirmando que é um equivoco a PEC 241, a que impõe um teto aos gastos públicos, diminuindo a capacidade estatal em promover direitos. O PT passou a cobrar maior presença do Estado, por meio de serviços públicos essenciais. Ademais, refere-se ao fato de que o governo deveria cobrar débitos dos grandes devedores, criar imposto sobre grandes fortunas, revisão progressiva da tabela do imposto de renda e auditoria da dívida pública. Tudo que está neste parágrafo de seguimento fora programático do PT. Porém, em 13 anos no poder não os fez. Só que esta segunda onda não se equivale àquela primeira, visto que é “mais do mesmo” de quando não era governo. Discurso e falta de prática. Ao que tudo indica a gestão da equipe econômica, chefiada por homem forte do governo de Lula, está diminuindo a inflação, baixando os juros básicos da economia, reduzindo o déficit primário e acenando para pequeno crescimento econômico no próximo ano. Parece que o lema dela é “devagar e sempre”.

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