13/11/2016 - OMC CONDENA INCENTIVOS À INDÚSTRIA
A economia é o melhor uso alternativo dos recursos, visto que
a economia é a ciência da escassez. Porém, os custos alternativos no Brasil são
os mais elevados do mundo. O último exemplo foi dado pela presidente do Supremo
Tribunal Federal, Carmem Lúcia, ao visitar o presídio da Papuda, em Brasília.
Ela disse: “Um preso no Brasil custa R$24 mil por mês e um estudante do ensino
médio custa R$2,2 mil por ano. Alguma coisa está errada na Pátria amada”. Duas
semanas atrás a revista Veja espelhou o cálculo de que a justiça do trabalho
arrecadou R$7 bilhões para os trabalhadores e custou R$16 bilhões, em 2015. Há
uma raiz nos problemas de custos. Sem dúvida, falta a verdadeira reforma
educacional, principalmente na qualificação e no ensino integral.
A indústria brasileira foi proibida pelo Tratado de Methuen,
de 1703, entre Portugal e Inglaterra. A indústria se tornou retardatária da
industrialização mundial. A saída dos países colonizados, para o
desenvolvimento industrial, foi a eficiente educação, tal como ocorreu no
Japão, na Coreia do Sul, dentre tantos outros, para qualificar a mão de obra,
investir em pesquisa, inovação e desenvolvimento. O Brasil não foi pela via da
educação, visto que os resultados de reprovação (nota abaixo de 5, na escala de
zero a 10) são dados pelos resultados das próprias pesquisas do MEC (IDEB,
ENADE). A saída brasileira não foi pela educação de qualidade, e sim, a de
subsidiar a indústria nacional. Iniciou-se em 1930, com a chamada substituição
das importações, quando as divisas geradas eram usadas para importações de
máquinas e equipamentos. A matriz industrial montada foi em cima do petróleo e
tal processo durou até o primeiro choque do petróleo, em 1973, catapultado em
1979, pelo segundo choque do petróleo. Ainda, assim, protegido, o setor
industrial chegou ao pico de 25% do PIB, em 1985 (Hoje está em 10% do PIB). A
resistência de parte dos protegidos da indústria chegou ao fim, quando Fernando
Collor (1990) reabriu as portas ao comércio internacional. Aquelas competitivas
continuaram, aquelas não competitivas pereceram em parte e, resistiram com
subsídios, seis segmentos industriais, agora condenados pela OMC, após
processos abertos pela União Europeia e Japão. São eles: automotivo,
eletroeletrônico, siderúrgico, celulose, mineração e sucroalcooleiro. Os
incentivos fiscais custam R$7 bilhões por ano. As leis de proteção são: da
informática, 1991; do regime especial de aquisição de bens de capital para
empresas exportadoras, 2005; inclusão digital, 2007; inovar-auto, 2012. Por
falta de capitais nacionais. Na verdade, pelo jogo capitalista, grande parte
das empresas dos segmentos em referência são filiais de multinacionais, que
vieram atraídas por subsídios e que agora se tornaram receosas em ampliar
investimentos, se os subsídios não permanecerem. O Brasil irá recorrer da
decisão da OMC.
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