09/11/2016 - RUMO À META DE INFLAÇÃO
Na primeira década deste século, rumo à meta de inflação, para
conquistar o desenvolvimento, era tudo o que se queria: um voo de águia.
Atualmente, a meta é de 4,5%, mediante viés de alta ou de baixa de 2% para este
ano. Mas, nesta década o Brasil voltou a realizar um voo de galinha. De volta
ao futuro, a partir de 2017, com a inflação dentro da meta é o principal
objetivo do governo. Sem dúvida, o impulso para a recuperação da economia
depende da queda continuada da taxa de juros. Coube ao Plano Real derrubar a
inflação de quatro dígitos, para três dígitos e logo alcançou dois dígitos. Durante
os dois mandatos de FHC (1995-2002), manteve-se a inflação em um dígito. Isto
também durante os dois mandatos de Lula. Porém, com Dilma estourou o centro e
depois o teto da meta e, em 2015, alcançou dois dígitos, em 10,7%. Neste ano,
realiza-se grande expectativa de que ela continue baixando, para encerrar o
exercício em menos de 7%. Para 2017, o Boletim Focus trazia a perspectiva de
inflação de 6%, em fevereiro. Nesta semana, o citado boletim projeta uma
inflação, para setembro do ano que vem de 4,94%. Sendo essa a trilha, muito
provavelmente a inflação poderá fechar 2017 no centro da meta. Recorde-se que
Lula recebeu de FHC uma inflação ascendente, menor do que 10%, mas a trouxe
para 3,1%, em 2006. Naquele nível de preços, a economia brasileira cresceu em
2007, 5,7%, no centro da meta inflacionária de 4,5%. Lula alcançou, em oito
anos, a média de 4% anuais.
Por seu turno, o preço do barril de petróleo recuou pela
quinta vez consecutiva e a Petrobras pela segunda vez, em pouco tempo, baixou
os preços dos combustíveis. Mas, também poderá aumentá-los se o barril também
subir. Os preços serão os de mercado. Diferentemente do que fez a presidente
Dilma que praticamente congelou o preço do barril, quando este se elevava, no seu
primeiro mandato. Quando os elevou, sobremaneira, em 2015, levando a contribuir
para a inflação de dois dígitos.
A inflação civilizada gerará confiança dos agentes econômicos
em investir e na população para consumir. Com o governo controlado em seus gastos
poderá ser restabelecido o tripé de meta de inflação, câmbio flutuante e
superávit primário. O ajuste fiscal da União consegue já ter melhores números
para o déficit fiscal deste ano, previsto em R$170,5 bilhões, mas já estimado
em R$160 bilhões. Não é nenhuma maravilha. O câmbio flutuante parece manter-se
equilibrado.
Dessa forma, projeta-se para a última reunião do ano uma
queda de 0,5% na taxa básica de juros, além do retorno dos investimentos e das
parcerias público-privadas. No entanto, as projeções do PIB para 2017 são
pífias, de menos de 1%. Para 2018, mantidas as condições de estabilização,
espera-se um incremento de 2% do PIB.
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