27/04/2016 - A DESACELERAÇÃO VEM DE 2012




Atento economista, mesmo aos 87 anos, Antônio Delfim Netto, elogiou o primeiro ano do governo da presidente Dilma, quando a gestão econômica acrescentou mais 3,9% ao PIB, em cima de 7,6% do ano de maior crescimento do governo de Lula. Naquela oportunidade, consertou erros de Lula e prometeu uma faxina ética, que chegou a começar quando afastou sete ministros, acusados de corrupção. Porém, parou por aí, começando uma intervenção na economia muito cara à sociedade, em contenção de preços de insumos básicos, do câmbio e interferindo na taxa básica de juros. O PIB então recuou para 1,8% em 2012. Ao invés de retirar subsídios, concedeu mais ainda para a linha branca de eletrodomésticos, automóveis e para construção civil, além de substanciais créditos ao seleto grupo de empresários, via BNDES, mais financiamentos daquele banco para muitos países ditos amigos. Esta última, uma caixa preta jamais alçada. Mais gastos públicos. A dívida pública crescia exponencialmente, em face de referidos gastos e compromissos. O PIB de 2013 foi de 2,7% maior, melhor desempenho era esperado. O PIB de 2014, de pífio 0,1%. O PIB de 2016 de – 3,8%. O PIB de 2016, ora estimado em - 4%. Voltando a 2012, na área monetária, apoiou baixar sucessivamente na taxa de juros básica da economia, que caiu de 11,25% para 7,25%, por volta de um ano. O rendimento real caiu bastante, perante alta taxa inflacionária. Ao invés de incentivar o PIB, afugentou investidores, que previam intervenções econômicas sem dar bolas para os mercados, que já reclamavam de uma reforma tributária e melhoria no ambiente geral dos negócios, visualizando erros nas medidas de controles de preços dos combustíveis, da energia elétrica, de fretes, na fixação de taxas de retorno nas parcerias público-privadas, além do estouro da boiada com as denúncias de propinas da operação Lava-Jato na Petrobras, estendidas em obras do Programa de Aceleração do Crescimento, quando dezenas de obras foram paralisadas ou retardadas. O Tribunal de Contas da União (TCU) tem duas centenas delas com irregularidades verificadas, tais como as de superfaturamento. Pior, ainda, elevou gastos públicos muito acima do crescimento do PIB, escondendo tais despesas na contabilidade nacional, que foram descobertas pelo TCU, no orçamento de 2014, chamadas de “pedaladas fiscais”, pivô do atual pedido de seu afastamento do governo. O pequeno crescimento do seu primeiro mandato de 2,2% anuais, já no segundo mandato, poderá ser neutralizado, visto que até agora (2011-2016, estimado), está em 0,12% ao ano. Quer dizer, bem perto de zero o seu desempenho econômico de 6 anos. A sua forma de administrar a economia do País tem desagradado a muitos pelo seu jeito centralizador e tirado a autossuficiente.

Muitas contas estão sendo estimadas. Por exemplo, a intervenção nos controles de preços dos combustíveis levou a R$70 bilhões de perdas para a Petrobras. Até agora, o escândalo da Lava-Jato está tragando a maior empresa brasileira, identificados em mais de R$50 bilhões de rombo. Há quem afirme que chegará ao dobro. Na intervenção do setor elétrico, o prejuízo calculado é de R$67 bilhões, causado a geradoras, distribuidoras e consumidores. Na intervenção dos fretes, o preço está trazendo prejuízos ainda não calculados. Na intervenção do câmbio, através de operações de swap reverso se estima que perdeu R$100 bilhões em 2015 e de que neste ano se alcance R$40 bilhões.  A desaceleração ainda não chegou ao fundo do poço. Mas, de muito que se esperava de ruim, o crescimento do déficit primário se tornou o mais trágico. De 2014 para 2016: R$35 bilhões; R$115 bilhões; R$100 bilhões, respectivamente. Enfim, o vapt-vupt do provável governo Temer será de cortes radicais para conter déficits. Em seguida, o mais provável é a elevação da CIDE (aumento horizontal sobre combustíveis), de efeito rápido. A meta é déficit primário zero.

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