22/04/2016 - REFLEXO AGUDO DA RECESSÃO
O IBGE divulgou dia 20 passado o
que seria o maior reflexo da forte recessão: a elevação do desemprego aberto, a
taxas crescentes, de 10,2%, correspondentes a mais de 10,4 milhões de
desempregados na parcela do emprego formal, sendo referida taxa o seu maior
patamar, desde que o IBGE iniciou a pesquisa trimestral, em março de 2012,
através do uso mensal de números elos. O indicador só não foi pior porque a
pesquisa identificou 676 mil pessoas que passaram a trabalhar por conta
própria. Isto é, quando há precarização do trabalho, o cidadão tem a ambição de
que poderá ganhar mais ou pelo menos o que ganhava antes de ser desempregado. A
indústria foi o setor que mais demitiu no trimestre em referência, por volta de
740 mil postos de trabalho. No levantamento global, de fevereiro a março de 2012,
a taxa encontrada foi de 7,9%; de agosto a outubro, de 6,9%; de janeiro a
março, de 8%; de setembro a novembro, de 6,5%; de janeiro a março, de 7,2%; de
agosto a outubro, de 6,6%; de janeiro a março, de 7,9%; de agosto a outubro, de
8,9%; de dezembro a fevereiro de 2016, de 10,2%. O rendimento médio real
habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas por
trimestre móvel escolhido acima, respectivamente, em R$: 1.897; 1.919; 1.938;
1988; 2.013; 1.992; 2013; 1.994,00. O fato é que foi a primeira vez que o
citado indicador atingiu dois dígitos e o mercado de trabalho cortou cerca de 1,4
milhão de vagas, no trimestre dezembro a fevereiro de 2016, em referência.
Assim, o avanço do desemprego e a queda da renda média se traduziu na citada
precarização do trabalho, revelado pela retração de 3,8%, perante o trimestre
terminado em novembro de 2015. Isso representou 1,4 milhão de vagas formais
perdidas. O agravante é que, nesse período, há sazonalidade entre alta e baixa
do desemprego do fim de ano. Mas, dessa vez, o desemprego não foi conjuntural,
mas estrutural. Isto é, deveu-se à forte recessão instalada e que ainda não tem
hora para acabar.
A face não mostrada do índice
acima é o atraso nos salários, aposentadorias e pensões que acontecem nos
Estados desde início de 2015. Começou pelo Rio Grande do Sul, que parcelou
salários durante o mês. No final do ano, o Estado do Rio de Janeiro atrasou, a
partir de dezembro salários de aposentados e pensionistas, justamente aqueles
que não podem fazer greve. Por seu turno, grande parte do funcionalismo está em
greve, principalmente na área da educação. A justiça carioca mandou pagar salários
de março dos inativos. A PGE recorreu e obteve salários para não pagar março,
por “absoluta falta de recursos para cumprir a sentença”. Há vários Estados com
problemas de pagar o funcionalismo. No Estado da Bahia, o governador Rui Costa,
anunciou a um mês que o reajuste do funcionalismo nestes 2016 será zero.
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