04/04/2016 - AVANÇO E RETROCESSO SOCIAL
São cinco as classes sociais no
Brasil, definidas por faixas de renda familiar mensal. A Tendência Consultoria
considera família de classe A com rendimentos acima de R$16.263,00; classe B,
na faixa de R$5.223,00 a R$16.263,00; classe C, de R$2.166,00 a R$5.223,00;
classes D e E até R$2.166,00. Em 2005, as classes A, B e C eram 61,4 milhões,
as classes D e E eram 124,3 milhões. Em dez anos, de 2005 a 2014, período em
que se geraram muitos empregos, 27 milhões saíram da pobreza. Ou seja, as
classes A, B e C chegaram a 106,2 milhões, as classes D e E eram 97 milhões. Em
2015, a economia brasileira recuou – 3,8%, trazendo desemprego, cuja taxa
dobrou, de 4,2% para 8,4%, a inflação ultrapassou os dois dígitos, cravando 10,7%
no final do ano. Em 2016, a projeção da Tendência Consultoria, constante de
reportagem da revista Veja, desta semana, 7,8 milhões de cidadãos estão
descendo para as classes mais pobres, D e E, perfazendo 104,8 milhões, enquanto
as classes A, B e C também se reduziram de 4,2 milhões de pessoas, estando
agora em 102 milhões.
O IBGE divulgou que o número de
pessoas desempregadas em janeiro chegou a 9,6 milhões, contra 6,7 milhões em
janeiro de 2015. O desemprego calculado é aberto. O subemprego ou o desemprego
disfarçado também se elevaram. Considerando que o País tem uma população
economicamente ativa de 100 milhões, sendo 30% os desempregos disfarçados,
ter-se-ia então 30 milhões nesta situação. O Bradesco projeta que somente no
final de ano o desemprego parará de elevar-se. Enfim, os desempregados são
forçados a aceitar salários mais baixos, quando encontram vagas.
O pesquisador da Fundação Getúlio
Vargas, Marcelo Neri, vem calculando o índice de Gini, mediante dados da
Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios. Em 2011, o índice de Gini era de
0,594. Em 2014, chegou perto de 0,5. Mas, em 2015, voltou a acentuar a
desigualdade, elevando-se o indicador de Gini para 0,523. O modelo de Conrado
Gini é conhecido como um bom indicador de medir a desigualdade na distribuição
de renda. Varia de zero a um. Se zero, perfeita igualdade; se um total
igualdade. Assim, no Brasil houve uma melhoria da distribuição de renda até
2014. Em 2015 e 2016, a desigualdade voltou a crescer.
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