09/04/2016 - RELATÓRIO DE ESTABILIDADE ECONÔMICA
O Banco Central (BC) publica
semestralmente o Relatório de Estabilidade Econômica, que, pelo próprio nome, é
tudo que a população sempre quis e quer, mas somente conquistou a citada
estabilidade com o Plano Real, em 1994. Antes de 1994, sem estabilização,
principalmente monetária, o Brasil não tinha credibilidade, nem mesmo a doméstica,
nem a internacional. Era considerado um país pobre ou subdesenvolvido, onde
havia grande desorganização do aparelho produtivo e os agentes econômicos não
tinham visibilidade dos negócios. A partir do Plano Real, o País passou a ser
considerado como Nação emergente ou de renda média. Realmente, na direção de
ser considerado um país desenvolvido ou economicamente maduro. A conclusão do
atual relatório, relativo ao segundo semestre de 2015, é a de que o brasileiro
está tomando menos empréstimos e cada vez menos honrando compromissos em dia. O
diretor do BC, que divulgou a peça, Anthero Meirelles, afirmou que o problema
não é da oferta agregada, composta de produção nacional mais as importações,
conforme o próprio ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, esposa a tese, ao
querer ampliar a oferta de crédito para expandir a produção, quando o problema
está na demanda agregada, perante o baixo nível de confiança das pessoas e das
empresas na trajetória da economia. Quer dizer, nem mesmo entre eles há
entendimento de onde está o problema. Estão acreditando os economistas oficiais
na falsa “Lei de Say”, de que a própria oferta cria a sua procura.
Segundo o relatório em
referência, os bancos privados reduziram em 8,2% a concessão do crédito no ano
passado. Já os bancos públicos tiveram crescimento quase nulo, de 0,2%. Na
média houve retração de 3,7% no estoque do crédito, descontada a inflação. Por
sua vez, a inadimplência das operações de crédito no País chegou a 3,4% em
dezembro do ano passado. Um ano atrás estava ela em 2,9%. Na prática, o BC está
mostrando que não faz sentido a única alternativa de política econômica,
endossada pelo ministro da Fazenda, na tentativa de ampliar o crédito. O que se
vê é um governo amorfo, apresentando uma única política econômica que sofre
descrédito geral. A última vez que ocorreu isto foi a um quartel de século, no
governo afastado de Fernando Collor.
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