23/04/2016 - LISTA DA ODEBRECHT




Os assuntos aqui referidos são principalmente de ordem econômica. Mas, como a corrupção é tão malévola ao sistema econômico, procura-se um cálculo de quanto representa de decréscimo do que deveria ser o PIB per capita real. A FIESP já fez vários estudos, calculando, no mínimo, 1%, número que, no atual estágio de recessão aguda, faz enorme falta à sociedade.


Em discurso, de ontem, conforme atendeu a convite de alunos brasileiros que estudam nas universidades de Harvard e do Massachussets Institute of Tecnologie dos Estados Unidos, o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, referiu-se a que o esquema de corrupção na Petrobras é brincadeira, em relação ao esquema corrupto do “mensalão”, do primeiro governo de Lula, denunciado pelo deputado de seu apoio, Roberto Jefferson, que fora um dos condenados, para o qual Lula disse que assinaria um cheque em branco, esquema que envolveu 40 réus e condenou 25 à prisão e para a devolução de propinas. Segundo ele: “O ‘mensalão’ revelou a ponta do iceberg dessa organização criminosa que hoje estamos investigando. Na Lava-Jato, somente no STF houve 47 inquéritos, 118 mandados de busca e apreensão, 5 prisões preventivas e 9 denúncias contra 32 pessoas. A escolha quer fizemos foi quebrar um círculo nada virtuoso, em que o poder permite o alcance ilícito de recursos públicos, ilicitamente apropriados, fazem crescer o poder”. Isso só na PGR. Números maiores estão nas investigações de primeira instância em Curitiba. Questionado sobre haver agora denúncias sobre Michel Temer, referiu-se “cada um com sua agonia”.


Outrossim, a PGR foi determinada pelo ministro do STF, Teori Zavascki, para abertura de procedimento de apuração de supostos pagamentos a pelo menos 316 políticos de 24 partidos (25 partidos foram credenciados a votar no impeachment e há 35 registrados), que foram encontrados recentemente na casa de dirigente da Odebrecht, em uma lista de doações, em fase de investigações da operação Lava-Jato. Trata-se de uma superplanilha que detalha supostos repasses a ministros, governadores, prefeitos, deputados, senadores, para campanhas de 2012 e de 2014.


Por seu turno, a revista Época, desta semana traz denúncia sobre Michel Temer, vice-presidente, que poderá assumir a presidência no caso do afastamento de Dilma Rousseff. Trata-se do depoimento do dono da Construtora Engevix, José Antunes Sobrinho, que afirma ter sido pressionado a pagar R$1 milhão, para a campanha de Temer em 2014. Ademais, a delação premiada de Delcídio do Amaral, ex-líder do governo no Senado, afirma que Temer era padrinho de diretores da Petrobras, acusados de corrupção. Além do mais, um dos sócios da Construtora OAS, Léo Pinheiro, cita em sua delação premiada Temer como beneficiário de R$5 milhões de recursos desviados da Petrobras. A chapa está quente, no momento em que Michel Temer está compondo um provável ministério, mantendo contatos com Henrique Meirelles, que foi presidente do Banco Central nos oito anos do governo de Lula, indicado por ele a Dilma, para substituir o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Quer dizer, o competente Meirelles está sendo cogitado para comandar a retomada da economia, o que é desejado tanto pela situação como pela oposição. Acredita-se que ele poderá somar a sua experiência no BC, onde executou bem a política monetária e cambial, somando sua experiência no setor privado bancário, para executar a política fiscal, há cerca de três anos deficitária, que tem puxado para baixo a economia nacional.

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