12/04/2016 - ECONOMIA NA DIREÇÃO ERRADA PARA SER CORRIGIDA

A empresa de pesquisas IPSOS realizou enquete com 1.200 cidadãos, para os quais 94% acreditam que a economia brasileira está indo na direção errada. Nem todos possuem a técnica de avaliar números ruins da contabilidade nacional. Porém, há o chamado “inconsciente coletivo”, que retransmite os sinais de que as “coisas” Não vão muito bem. Assim, em quase três anos de forte recessão, sem igual na história republicana, os hábitos de consumo estão mudando para pior. Acostumados, por vários anos, a melhorar o padrão de vida, os brasileiros agora estão indo em sentido contrário. Estão comprando produtos mais baratos e percebidos por eles mesmos como de qualidade inferior. Conforme a pesquisa, 91% dos entrevistados afirmaram que estão adquirindo bens em promoções e 87% confirmaram que estão deixando de lado marcas famosas. Os consumidores estão diminuindo os gastos com produtos considerados supérfluos, para 89% dos entrevistados; roupas, para 85% deles; telefone celular, para 66%; TV a cabo e internet, para 32%. Em suma, os pesquisados vêm a economia voltando para trás. Já há cálculos de economistas de que a renda per capita estaria no triênio 2014-2016 recuando 10%, fato inédito e pelo qual não vêm condições de melhora em curto prazo. Pelo menos três são os referidos sinais: primeiro, a taxa de desemprego aberto (daqueles com carteira assinada), que já chegara a pouco tempo a menos de 5% e de que hoje se aproxima de 10%. São por volta de 10 milhões de famílias sem renda mensal fixa;. mais três familiares ou dependentes: 40 milhões de sofredores; segundo, o custo de vida que torna mais pobres os cidadãos em 10% anuais; terceiro, a insegurança, seja em termos jurídicos, em termos de demanda para consumo ou em termos para investimentos. Trabalhadores, consumidores e empresários estão sem confiança na condução da economia.

Não sem motivo, ontem, em votação da comissão de exame do impeachment da presidente Dilma, os favoráveis a continuidade do processo foram 38 votos contra 27 a favor, sem abstenção. O motivo principal são as chamadas “pedaladas” fiscais. Ou seja, saques a descoberto como governo federal têm feito em larga escala, nos bancos públicos, para cobrir buracos enormes nas contas públicas, os chamados déficits primários, mensais, que deveriam ser poupanças para pagar juros da dívida pública, os quais são proibidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Com isso, o governo já é considerado como mau pagador internacional, tendo perdido o selo de qualidade da sua economia. Dessa forma, é bastante cristalino que a economia brasileira está indo na direção errada e de que precisa ser corrigida em sua rota.