31/05/2015 - RECESSÃO ANUNCIADA E CONFIRMADA
Não somente fora anunciada, agora
confirmada, mas o pior ainda virá em termos econômicos. Os assessores,
consultores, projetistas possuem uma linha em comum: procuram os sinais que
indicam o futuro mais próximo. Suas projeções são bem parecidas. Assim, quase todos
aqueles cem consultados semanalmente pelo Banco Central, inclusive a gestão
econômica atual se reportavam ao País em recessão. Não deu outra. No primeiro
trimestre, - 0,2% de recuo do PIB. Porém, o importante é ver a taxa anualizada:
- 0,9%. Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, de hoje, a economista Mônica
Baumgarten de Bolle afirmou: “a recessão está apenas no começo... Acredito que
o País irá registrar uma retração entre 1,5% e 2% neste ano... embora essas
duas áreas do governo tenham melhorado (fiscal e monetária) são políticas de
estabilização, apenas para correção de rumos errados adotados nos últimos anos
pelo próprio Executivo... é preciso fazer mais para que o País saia da recessão
e possa crescer o quanto precisa e merece... além de um bom avanço das
concessões públicas em infraestrutura, é necessário atuar em algumas frentes.
Uma delas é a simplificação tributária, com redução da burocracia... uma
abertura comercial e maior integração... o BNDES é uma instituição muito
importante para o Brasil, mas sua atuação precisa ser revista rapidamente. Não
é possível que 40% da sua carteira de investimentos seja destinada às dez
maiores empresas que atuam no País”. Frise-se o fato de que poderia ainda mais
ser dito e se poderia ser feito para frente. Sem dúvida, as reformas estruturais
e retirar o BNDES dessa armadilha, afora cortes na corrupção.
A recessão do primeiro trimestre
deste ano sacramentou o fim do ciclo do consumo de gestão do PT. A marca da
gestão econômica petista tem sido a de expandir o consumo desde 2003. Mas,
desta vez, o consumo das famílias foi de – 1,5%; o consumo do governo de –
1,3%; os investimentos públicos e privados de – 1,3%. O que salvou o PIB foi a
agropecuária que cresceu 4,7%, contra retração de – 0,3% na indústria e de –
0,7% no setor de serviços no referido primeiro trimestre. O Ministro da
Fazenda, Joaquim Levy afirmou que: “O retrato que o IBGE publicou é aquilo que
a gente já sabia. Havia incerteza com o rumo da economia brasileira, se ia
faltar água, energia, se a Petrobras ia publicar seu balanço. Isso afetou a
atividade econômica. De lá para cá a confiança mudou. Vencemos desafios mais
imediatos”. Ele também reiterou o fato de que havia a ameaça de que as agências
de classificação de risco tirassem o Brasil do grau de investimento. Citado
ministro tem procurado corrigir os enormes erros do primeiro mandato da
presidente Dilma. Porém, a “crônica de uma morte anunciada”, conforme previsão
explícita do FMI é de que o Brasil somente voltará a crescer acima de 2% depois
de 2020. Quer dizer, esta década não será de felicidade econômica.
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