27/05/2015 - ENTRAVES LOGÍSTICOS
O Ministério dos Transportes
possui muitos entraves logísticos, havendo dezenas de obras interrompidas,
inacabadas e a serem recuperadas. Mesmo assim, o seu orçamento para este
exercício recebeu fortes cortes, de R$5,7 bilhões, relativos ao recente ajuste
fiscal. A propósito, ainda sem referidos contingenciamentos orçamentários, no
final do mês passado o Ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues,
depôs na Comissão de Infraestrutura do Senado, dizendo que não tinha ainda recebido
recursos neste ano e que, por isso, as obras iriam parar. Na sua saída, mais
tarde, declarou à imprensa, o inverso, de que as obras não iriam parar,
mostrando estar “perdido feito cego em tiroteio”. Nem foi demitido. Irão ou não
irão parar? Claro, que não. Mas, continuarão em ritmo lento, contingenciado.
A Confederação Nacional de
Transporte (CNT) divulgou conclusão do estudo “Transporte & Desenvolvimento
– Entraves Logísticos ao Escoamento de Soja e Milho”. Assim, são as condições
precárias da pavimentação das rodovias brasileiras que aumentam o custo de
escoamento dos grãos em referência em 30,5%, anualmente. O Brasil é o segundo
maior exportador dos citados grãos, mesmo saindo mais caras as exportações. O
custo adicional desse gargalo causa prejuízo anual de R$3,8 bilhões, que, para
fins de comparação da CNT, corresponderam a 24,4% do investimento público
federal em infraestrutura de transportes em 2014 ou a 4 milhões de toneladas de
soja. Conforme os registros da CNT, O Brasil investia 1,8% do PIB em 1975 nessa
base de transportes. Em 2014 gastou 0,29% do PIB nessa área. Evidencia ainda o
relatório que é cara e ilógica a malha de transportes dos grãos estudados,
visto que, por exemplo, 65% da soja são transportados por rodovias, enquanto o
principal concorrente brasileiro, os Estados Unidos somente 20%. Ademais, o
Brasil utiliza só 9% de hidrovias, enquanto os Estados Unidos 49%. As
distâncias de transportar a soja em ambos os países está em torno de 1.000
quilômetros. Aqui sai muito mais caro do que lá.
O trabalho da CNT mapeou as
principais rotas de escoamento das regiões produtoras desses grãos, destacando-se
a chamada de Matopiba, compondo fronteiras entre Maranhão, Tocantins, Piauí e
Bahia. Segundo os sonhos dos produtores das rotas entre estes Estados, é
fundamental concluir a Ferrovia Oeste-Leste, ligando à também para concluir a ferrovia
Norte-Sul, levando ao escoamento mais barato pelo porto de São Luís, no
Maranhão, bem como por outro porto no Rio São Francisco. Quer dizer, o País
ainda não tem ainda nem bom escoamento pelo oceano Atlântico, porque o faz por
portos antieconômicos, mas já negocia com a China a Ferrovia Transoceânica,
ligando o Mato Grosso até o litoral do Peru, visando ter saída pelo oceano
Pacífico, para outras commodities. Onde estão as prioridades? São “todas”.
Prosseguem inacabadas, sendo frustrações de décadas.
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