01/05/2015 - MINISTRO RECALCITRANTE



Quantos dos 39 ministros são recalcitrantes? Pelo menos um se declarou, mas poucos minutos depois, voltou atrás. Este é o clima do segundo mandato. Enquanto no primeiro exercício a presidente dava um “carão” ou demitia o ministro. Agora, nada faz. Quanto à negociação política, a cargo do vice-presidente, Michel Temer, a gestão dele é de não ter atritos. Deixa-se tudo com o Joaquim Levy, no monotema do ajuste fiscal. Na referência, trata-se do ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, durante audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado. Ele disse que as obras de infraestrutura irão parar, por falta de recursos. Porém, ao deixar o Órgão, disse à imprensa que foi mal interpretado e garantiu que as obras não serão interrompidas. Na audiência, ele disse ter recebido reclamações dos empreiteiros, cobrando quando o ministério vai pagá-los pelas obras. São suas palavras: É notório para todos que, ontem, recebi o recurso... Estou acabando de pagar ainda dezembro e iniciando janeiro. Então vai haver várias reclamações dos senhores sobre paralisação das obras. “Parou, sim. Eu não vim aqui, não há cortina de fumaça, eu não posso esconder o que está acontecendo no ministério”. Depois da audiência, mudou o discurso: “Vocês estão levando para o outro lado. Não vai atrasar. Eu vou adequar um cronograma novo. Não é atrasar, é adequar”. O ministro disse que espera receber em 2015, o aporte de R$13,6 bilhões para investimentos, para começar a discutir as prioridades da área. Não é difícil deduzir que nenhum ministério possui planejamento adequado, após 4 meses. Está dito acima pelo ministro. Logo, recessão.
Some-se a desorganização do Estado, mediante corte de gastos, a retração do crédito, sendo a maior a que a Caixa Econômica promove, visto que baixou de 80% para 50% o financiamento dos imóveis usados, este, que representa para cada cinco deles negociados quatro são financiados, além de que há a reversão de incentivos tributários dados nos últimos anos, no âmbito de política anticíclica que não deu resultado satisfatório e derrubou a arrecadação. Ademais, a retração da Petrobras, o clima econômico é de a maior queda nestes 2015, nestes 25 anos, chegando-se a comparar com aquela retração de 1990, de – 4,35%, sendo a maior recessão do País, que as últimas gerações têm notícia.
Para a diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), findada no dia 19 de março, Christine Lagarde, elogiou o ajuste na economia e ainda recomendou reformas estruturais no Brasil. O que acontece, para ela, é uma contenção da piora da dívida pública e a restauração da confiança dos agentes econômicos. Em documento específico do FMI: “As autoridades agora têm pouca escolha a não ser apertar a política fiscal em meio a uma recessão”.
Face ao exposto, a economia brasileira vive no monotema. Nas palavras de Joaquim Levy, ministro da Fazenda: “Sem equilíbrio fiscal, não há crescimento. A incerteza domina. Com seu próprio dinheiro, ninguém vai tomar risco. O risco fiscal é um risco maior que todos os outros riscos. Quando a confiança diminui, todo mundo se retrai e o PIB se retrai”, em audiência pública na Câmara de Deputados, nesta semana.
A situação é aquela de que “depois da tempestade, vem a bonança”. Em situação de medo de manifestações contrárias, a presidente da República, em gesto raro, não irá aos rádios e televisões fazer pronunciamento em homenagem aos trabalhadores.

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